Documentos apreendidos pela Polícia Federal listam possíveis repasses da Odebrecht para mais de 200 políticos de 18 partidos políticos, dentre eles paraibanos. É o mais completo acervo do que pode ser a contabilidade paralela descoberta e revelada nessa terça-feira (22) pela força-tarefa da Operação Lava Jato.
Nas planilhas aparecem os nomes de Cícero Lucena, seguido das iniciais ‘JPE’, o que sugere o nome da cidade de João Pessoa, e Romero, seguido das iniciais ‘CGN’, que remete à cidade de Campina Grande. Aparecem também o senador Cássio Cunha Lima, líder do PSDB no Senado, e o deputado Aguinaldo Ribeiro, líder do PP na Câmara.
As planilhas estavam com Benedicto Barbosa Silva Júnior, presidente da Odebrecht Infraestrutura, e conhecido no mundo empresarial como “BJ”. Foram apreendidas na 23ª fase da operação Lava Jato, batizada de “Acarajé”, realizada no dia 22.fev.2016.
Como eram de uma operação de 1 mês atrás e só foram divulgados públicos ontem (22.mar) pelo juiz federal Sérgio Moro, os documentos acabaram não sendo mencionados no noticiário sobre a Lava Jato.
As planilhas são riquíssimas em detalhes –embora os nomes dos políticos e os valores relacionados não devam ser automaticamente considerados como prova de que houve dinheiro de caixa 2 da empreiteira para os citados. São indícios que serão esclarecidos no curso das investigações da Lava Jato.
Os documentos relacionam nomes da oposição e do governo: são mencionados, por exemplo, Aécio Neves (PSDB-MG), Romero Jucá (PMDB-RR), Humberto Costa (PT-PE) e Eduardo Campos (PSB), morto em 2014, entre vários outros.
A apuração é dos repórteres do UOL André Shalders e Mateus Netzel. Eis exemplos de planilhas apreendidas:
MaisPB com Uol