Um dia após perder o comando do Ministério do Esporte, a ex-jogadora de vôlei Ana Moser não compareceu à cerimônia de Sete de Setembro que reúne a maior parte dos seus colegas de Esplanada dos Ministérios. No evento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acompanha o desfile militar ao lado de autoridades dos três Poderes.
Moser foi demitida do ministério para acomodar o deputado federal André Fufuca, indicado pelo PP. O movimento buscou ampliar a base de apoio do petista no Congresso Nacional. Também afetado pela reforma ministerial de Lula, o ministro Márcio França compareceu ao evento. Ele foi deslocado do Ministério dos Portos e Aeroportos para assumir o Ministério da Pequena e Média Empresa.
Em pouco mais de oito meses de governo, Ana Moser é a segunda mulher a ser demitida do governo. Em julho, Lula trocou a ex-ministra do Turismo Daniela do Carneiro pelo deputado Celso Sabino, indicado pelo União Brasil.
Depois do anúncio das trocas, Lula não fez qualquer agradecimento público ao trabalho de Moser e também não apareceu ao lado dos novos ministros. Em uma dura nota divulgada logo após a oficialização de sua demissão, a agora ex-ministra afirmou ter visto a saída com “tristeza” e “consternação”.
“Esta gestão vê com tristeza e consternação a interrupção temporária de uma política pública de esporte inclusiva, democrática e igualitária no governo federal, mas entende que este caminho apenas começou a ser trilhado”, afirmou a ex-ministra.
Ao desembarcar em São Paulo nesta quinta-feira, Ana Moser afirmou que sua demissão representa o “abandono do esporte”.
— Foi uma decisão política, pena para o esporte. É um abandono do esporte, mas faz parte da política — afirmou a ex-jogadora da seleção de vôlei à CNN Brasil.
Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais, no entanto, ressaltou nesta quinta-feira a gratidão do presidente pelo trabalho de Moser e garantiu a continuidade das políticas da pasta.
— Podemos ter mudança dos jogadores, mas não muda a estratégia e o plano tático do time — afirmou Padilha.
O Globo