Os constantes problemas provocados por falta de abastecimento de água em dezenas de bairros de João Pessoa também são de responsabilidade da Prefeitura da Capital. O deputado federal Ruy Carneiro lembra que o serviço funciona por meio de uma concessão pública do município e por isso é dever da gestão municipal cobrar da Cagepa a melhoria do fornecimento.
Os transtornos provocados pela frequência no desabastecimento de diversas regiões da cidade foram criticados pelo parlamentar, que defendeu que a Prefeitura precisa estar ao lado da população.
“O acesso à água é um direito fundamental das pessoas, garantido pela Constituição Federal. O problema da falta de água em João Pessoa também é responsabilidade da Prefeitura. A gestão precisa cobrar um bom serviço, porque é dela a licitação que permite que a CAGEPA seja a responsável pelo abastecimento. É inadmissível que tantas famílias em bairros como Colinas do Sul, Funcionários, Ilha do Bispo Mandacaru, Alto do Mateus e muitos outros fiquem dias sem água nas torneiras”, condenou Ruy.
O deputado afirmou que a conivência da gestão com o problema da falta d’água é semelhante ao que acontece com o caos no sistema de ônibus na capital. “Esse é mais um caso onde a gestão prefere ficar contra a população e ao lado dos interesses da empresa que presta o serviço. Isso acontece no esquemão com as empresas de ônibus e também com a Cagepa. O pessoense paga a segunda tarifa de ônibus mais cara do Nordeste com um dos piores sistema do país e continua pagando a conta de água normalmente, mesmo sem ter regularidade no fornecimento. É preciso que a Prefeitura cobre, fiscalize e lute contra a péssima qualidade do que tem sido ofertado à população. Não é justo que milhares de famílias continuem convivendo com esse descaso”, enfatizou.
No bairro do Grotão, o desabastecimento acontece de forma constante e várias vezes durante a semana, afirma o empresário Claudio Pereira. “A falta d’água é frequente e a gente se depara com essa situação de duas a três vezes por semana. Tem muita gente que sofre ainda mais com a situação, como acontece lá na minha casa, porque também não tem caixa d’água. Essa é a realidade do Grotão, Funcionários, Colinas do Sul, principalmente. Eu sempre liguei para as rádios denunciando essa realidade, que poderia ser resolvida pelo poder público”, revelou.
Em alguns bairros, a gravidade da situação tem gerado problemas em outras áreas, a exemplo da educação, como descreve a comerciante Márcia. “No Colinas do Sul, a única escola de ensino médio que nós temos, a Linduarte Noronha, era pra funcionar em tempo integral. Só que por conta da falta de água, os alunos são liberados todos os dias ainda no horário da manhã. Pra piorar, eles ainda têm que levar água de casa pra beber, se não quiserem passar a manhã inteira de sede na sala de aula quente”, esclareceu.
De acordo com o Ranking do Saneamento 2024, João Pessoa caiu 10 posições e é a capital do Nordeste com maior queda na região, ficando na 48° posição no país. Os números revelam que mais de 83 mil pessoas estão vivendo sem saneamento básico na capital paraibana. Os dados ainda revelam que o indicador que mede o Investimento Médio por Habitante foi o que chamou mais atenção, ficando com nota 4.
Assessoria