O presidente Lula (PT) concedeu uma entrevista à revista norte-americana The New Yorker em que reforça que haverá reciprocidade nas tarifas impostas pelo governo de Donald Trump, mas que antes tentará resolver o assunto por via diplomática.
O que aconteceu
“Haverá reciprocidade. Mas, antes de haver reciprocidade, queremos mostrar aos Estados Unidos o que 200 anos de relações comerciais e diplomáticas entre o Brasil e os EUA representam”, afirmou Lula à publicação. Em março deste ano, Trump assinou uma medida para taxar em 25% o aço importado do Brasil.
Lula disse que ainda não falou com Trump, mas que o fará se houver algum problema. “Se, como representante do Estado norte-americano, ele quiser falar com o Lula, representante do Estado brasileiro, eu falarei com ele tranquilamente”, disse. “Mas, até agora, não tive nenhum interesse também em falar com ele. Se algum dia eu tiver algum problema e precisar ligar para ele, eu ligarei.”
Presidente brasileiro também criticou desejo expansionista dos EUA e da Rússia. “Por que eles querem aumentar seus territórios se eles não conseguem nem gerenciar o que já têm?”, questionou. Trump tem expressado o desejo de anexar o Canadá, a Groenlândia e o canal do Panamá, enquanto a guerra entre a Rússia e a Ucrânia chega ao terceiro ano.
Lula também afirmou que, nas últimas semanas, conversou com o líder russo, Vladimir Putin, e pediu que ele “volte à política”. “Liguei para o Putin e disse: ‘Putin, acho que é hora de você voltar para a política. Coloque um fim nisso [a guerra na Ucrânia]. O mundo precisa de política, não de guerra. Sentimos a sua falta. Não há pessoas suficientes para sentar a uma mesa e discutir o destino do planeta: o que queremos para a humanidade?”.
Presidente brasileiro está na Rússia hoje, e deve se encontrar com Putin pessoalmente pela primeira vez neste mandato. Amanhã, a Rússia comemora os 80 anos da tomada de Berlim pelo Exército soviético na Segunda Guerra Mundial. O chamado Dia da Vitória é um dos principais feriados do país.
Uol