A decisão do Progressistas (PP) de afastar o ministro do Esporte, André Fufuca, de todas as funções partidárias abriu uma crise interna que repercute diretamente na Paraíba. O comunicado, divulgado nesta quarta-feira (8) e assinado pelo presidente nacional da legenda, Ciro Nogueira, retira Fufuca da vice-presidência nacional do partido e do comando do diretório estadual no Maranhão, em resposta à sua decisão de permanecer no governo Lula, contrariando a determinação da executiva pelo rompimento com o Planalto.

A medida endurece o posicionamento do PP contra a atual gestão federal e provoca efeitos imediatos na federação PP-União Brasil, especialmente na Paraíba, onde o senador Efraim Filho (União) e o vice-governador Lucas Ribeiro (PP) disputam protagonismo político.
Enquanto Efraim reforça a aliança com a oposição ao governo Lula e consolida espaço dentro da federação, Lucas Ribeiro vive uma situação delicada. O vice-governador já manifestou publicamente apoio à reeleição do presidente Lula, o que o coloca em rota de colisão com a orientação nacional do seu partido. Com o PP irredutível em sua posição de não integrar o governo federal, cresce a expectativa de que Lucas deixe a legenda, a menos que uma reviravolta política ocorra — algo hoje considerado improvável.
O afastamento de Fufuca, portanto, representa mais do que uma punição individual: é um recado claro da direção nacional aos quadros do partido que mantêm vínculos com o governo. E, na Paraíba, esse recado chega direto ao gabinete do vice-governador, que terá de decidir se mantém a fidelidade ao presidente Lula ou a permanência em um PP que se distancia cada vez mais do Palácio do Planalto.
Por: Napoleão Soares