As denúncias contra o Hospital Ortotrauma de Mangabeira, em João Pessoa, mais conhecido como Trauminha, continuam se multiplicando. O escândalo da vez é a falta de máscaras hospitalares, luvas de procedimento e seringas na unidade. As denúncias estão sendo feitas pelos próprios funcionários, que estão precisando comprar materiais de trabalho com os próprios recursos, para não colocar em risco suas vidas e dos pacientes.
“Chegamos no hospital para trabalhar e ficamos sabendo que estavam faltando as máscaras que utilizamos no dia a dia. Também nos deparamos com a falta de luvas de procedimento. Nesse caso tivemos que improvisar com o uso de luvas cirúrgicas, mas elas são mais grossas e assim fica ruim para trabalhar”, revelou a servidora, que preferiu não se identificar para evitar represálias.
Além das máscaras e luvas, a unidade também está sofrendo com a falta de um tipo específico de seringa. “Estamos sem seringas de 10ml, que são as mais utilizadas na realização de procedimentos”, acrescentou.
Os problemas recorrentes foram criticados pelo deputado federal Ruy Carneiro. “Deixar faltar itens básicos para uma unidade de saúde é o carimbo da incompetência da atual gestão. Essa situação coloca em risco a vida de profissionais e pacientes. É preciso que os órgãos de fiscalização estejam atentos a essa grave denúncia para garantir a qualidade dos atendimentos”.
Histórico de Problemas
As novas denúncias se juntam aos diversos problemas registrados nos últimos anos. Recentemente, a alimentação oferecida pelo hospital estava contaminada por larvas. Uma reportagem da Tv Cabo Branco também denunciou que o local estava infestado por baratas, inclusive, com imagens dos insetos no suco de pacientes e acompanhantes.
O Ministério Público Federal também identificou cerca 400 pessoas aguardando na fila de espera por uma cirurgia ortopédica na unidade. De acordo com as investigações, outras 100 pessoas desistiram do procedimento, pois já passaram pela cirurgia ou faleceram antes de serem operadas. O MPF ainda revelou que 600 pessoas que constavam na lista de espera não foram localizadas. Dos pacientes monitorados, alguns aguardam há mais de seis anos por um procedimento cirúrgico.
Assessoria