O deputado estadual Walber Virgolino (PL) confirmou, nesta quarta-feira (29), o rompimento político definitivo com o deputado federal Cabo Gilberto Silva (PL), colocando um ponto final em uma das alianças mais emblemáticas do bolsonarismo paraibano.

Em entrevista à Rádio Correio 98 FM, Walber foi direto e sem meias-palavras ao revelar as razões da ruptura, marcada por divergências de estratégia e liderança dentro do campo conservador na Paraíba.
“O deputado Cabo Gilberto queria o meu apoio, mas não queria me apoiar. Ele se posiciona e se porta como aqueles deputados do centrão — que compram voto, que compram deputado estadual, que compram prefeito — quando, na verdade, o voto dele é gratuito”, afirmou Walber, em tom contundente.
Ruptura anunciada
Nos bastidores, o desgaste entre Walber e Cabo Gilberto já vinha se intensificando há meses. As diferenças sobre posicionamentos políticos, articulações eleitorais e condução de alianças municipais vinham tornando a convivência entre os dois insustentável.
Fontes próximas ao deputado estadual apontam que Walber se sentia isolado dentro do partido, enquanto Cabo Gilberto buscava concentrar protagonismo político no PL paraibano. A relação, que começou alinhada em torno do bolsonarismo e da pauta conservadora, se transformou em um confronto interno pela liderança da direita na Paraíba.
Walber mantém bandeiras e prepara novo caminho
Apesar do rompimento, Walber Virgolino reforçou que não abandonará o campo ideológico que o projetou e continuará defendendo as mesmas bandeiras conservadoras que marcaram sua trajetória política.
“Continuo defendendo os princípios que sempre defendi. O conservadorismo, a honestidade e o compromisso com o povo paraibano estão acima de qualquer interesse pessoal”, destacou.
O parlamentar também sinalizou que pretende reorganizar seu grupo político e manter diálogo com outras lideranças do mesmo espectro ideológico, porém sem subordinação.
Impacto no cenário político
A separação entre Walber e Cabo Gilberto representa mais um racha visível no campo bolsonarista paraibano, que vem enfrentando sucessivos atritos desde as eleições de 2022 e 2024.
A ruptura pode ter reflexos diretos nas articulações para 2026, especialmente nas composições para a Câmara Federal e Assembleia Legislativa.
Por: Napoleão Soares








