O mundo inteiro se rendeu aos estudos e investigações do Sars- Cov- 2, também popularmente conhecido como COVID-19, essa doença ainda pouco conhecida, silenciosa e devastadora, continua seguindo seu curso como um mistério clínico e poucas evidências científicas, explica Dr. Eduardo Brito – Médico clínico geral, com especialização em cardiologia pelo Hospital Albert Eisten (SP), através do programa Rádio Repórter (Rádio correio FM).
Propagação geométrica (alta transmissibilidade), comprometimento de vários órgãos e rápida evolução clínica, são os focos desse vírus que tanto vem alarmando os cientistas e classe médica no seu enfrentamento. Com quase 300.000 infectados e 19.000 mortes, o Brasil atinge a colocação do terceiro país do mundo com mais casos infectados. Números que, infelizmente, até a publicação desta entrevista, terão certamente aumentados, esclarece Brito.
Aproximando as questões epidemiológicas para o Estado da Paraíba, que hoje já soma mais de 8.800 casos com 230 mortes, sendo notificados 538 nas últimas 24h, percebe-se a celeridade da curva de pessoas contaminadas e em como a disseminação desse vírus preocupa as condições sanitárias do nosso Estado, não só quanto ao suporte de tratamento clínico como também da superlotação das Unidades de Terapias Intensivas – UTI’s, que, provavelmente, irão atingir sua capacidade máxima de ocupação, levando ao esgotamento desses serviços, reforça Brito com preocupação.
Para ilustrar ainda mais, o médico alega que “na região do vale ocorreram três óbitos recentes nas cidades de capim, Itapororoca e de Rio Tinto, além de já se ter em Mamanguape aproximadamente 30 casos confirmados, fora as subnotificações. Isso é preocupante”.
Tentando esclarecer as novas apresentações desse vírus, Dr. Eduardo reforça que não estamos apenas diante de uma síndrome gripal que leva a comprometimento pulmonar.
A Covid-19 é uma patologia de caráter inflamatório, imunológico e hematológico, que desabilita a saúde de órgãos nobres como coração, rins, fígado e sistema nervoso, levando as mais variadas disfunções orgânicas como miocardites, arritmias, lesões renais, hepáticas, acidentes vasculares encefálicos, além de problemas oculares (retinopatias e maculopatias), que podem incorrer em perdas visuais irreversíveis, afirma o médico.
No tocante ao problema hematológico, o covid-19 pode desenvolver formação de trombos na microcirculação sistêmica, gerando hipercoagulabilidade e ao quadro conhecido como CIVD (coagulação intravascular disseminada), condição clinica esta que limita criticamente o paciente, alerta Brito.
Seguindo todo esse contexto, e baseado em estudos norte americanos, Dr. Eduardo Brito faz referência ao new england jornal (jornal de referência médica e científica), que publicou agora em maio/2020, um estudo com pacientes portadores de comorbidades como Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), Insuficiência Cardíaca (IC) e asmáticos, como sendo os mais vulneráveis a desenvolverem tromboembolismo pulmonar, levando a paradas cardiorespiratórias (PCR) e até mortes súbitas.
Brito afirmou que nosso arsenal terapêutico, ainda muito incipiente para uma cura efetiva, baseia-se nas fases em que esse vírus se apresenta. Temos a fase da replicação viral, onde se percebe os sintomas mais constitucionais como febre, tosse seca, cefaleia, astenia, anosmia, coriza, diarreia, entre outros; temos a fase inflamatória, onde aqui já se constata dispneia (dificuldade respiratória), aumento da frequência respiratória e em exames como tomografia, as imagens de lesões pulmonares em vidro fosco; e a fase trombogênica, levando à condição de Insuficiência Renal, CIVD, e até sinais de choque. Ressalta que 80% da população apenas apresentarão sintomas leves, ou seja, não necessariamente importarão na travessia das 3 fases.
O médico reforça que as drogas ventiladas por protocolos de tratamento nas instituições de saúde brasileira, ainda não tiveram comprovação robusta e científica. Citamos aqui a hidroxicloroquina (antimalárico, usada agora como recomendação oficial pelo Ministério da Saúde, porém, a competência do uso no tratamento seja por deliberação médico-paciente), a azitromicina (antibiótico – usado no alcance da infecção bacteriana secundária), Ivermectina (antiparasitário), Nitazoxanida (antiparasitário -anitta), corticoides, vitaminas D e C, Zinco e a Enoxaparina (anticoagulante).
Ressalta que as celeumas e polêmicas em torno da cloroquina seriam quanto aos seus efeitos colaterais, como a diminuição dos glóbulos brancos, lesões hepáticas, disfunções cardíacas (como a síndrome do QT longo) e as retinopatias. O médico esclarece que o palco do tratamento ainda é muito incerto dentro da própria classe médica, não havendo consenso no uso dessas drogas, porém, acredita que a população deve atentar-se para a prevenção quanto à realização de exames que possam dar lastro ao profissional da saúde, direcionar um tratamento correto, caso sejam acometidos pelo coronavírus. Eletrocardiogramas, holter, MAPA, e avaliação clínica geral devem ser perseguidos pela população a fim de que se evite uso errôneo das medicações disponíveis.
Dr. Eduardo finalizou seus esclarecimentos reforçando a importância que os pacientes portadores de doenças crônicas, mantenham seus tratamentos ambulatoriais adequados, a fim de que se evite descompensações dos quadros clínicos de suas doenças de base, e internações desnecessárias, que certamente, esgotariam ainda mais as UTI’s.
Atendimento:
Eduardo Brito atende todas as sextas-feiras na clínica Labore (contato 3292-3956/99166-8085), localizado na Rua Marcos Barbosa, 104, Centro – Mamanguape. O clínico geral com especialização em cardiologia no Hospital Albert Eisten (SP) realiza consultas cardiológicas, avaliação pré-operatória (risco cirúrgico), holter 24h, eletrocardiograma, mapa, consulta clínica geral e avaliação para atividades físicas.
Da Redação com Assessoria
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