Na última quarta-feira, 30 de outubro, a Câmara dos Deputados do Brasil reprovou mais uma vez a criação do Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF), deixando claro que o país ainda enfrenta uma histórica aliança entre políticos e classes dominantes, que privilegia os mais ricos e sacrifica a população de baixa renda. Com 262 votos contrários e apenas 136 favoráveis, a proposta, apresentada pela federação PSOL-Rede, foi rechaçada. A medida visava taxar fortunas acima de R$ 10 milhões, com alíquotas que variavam entre 0,5% e 1,5%, arrecadando recursos que poderiam ser destinados para educação e saúde.
Apesar do potencial do imposto para reduzir a desigualdade social, a aprovação foi bloqueada pela maioria dos deputados de partidos conservadores. Partidos como PL, PP, MDB e Republicanos orientaram suas bancadas a votar contra a proposta, sinalizando claramente para onde pendem os interesses de grande parte da Câmara. Apenas o PT, PCdoB, PV e PSB incentivaram o voto favorável, enquanto o governo liberou sua bancada para decidir individualmente, resultando em uma votação fragmentada.
Essa postura não é novidade no Brasil. A histórica relação entre a classe política e a elite econômica, que mantém o status quo de um sistema tributário regressivo, reflete um cenário em que os ricos continuam pagando proporcionalmente menos impostos do que a população de baixa renda. É mais um episódio da vergonhosa política tributária brasileira que sobrecarrega quem tem menos e protege quem tem mais. Segundo dados do projeto, as fortunas a partir de R$ 10 milhões seriam taxadas anualmente, oferecendo uma alternativa concreta para diminuir as desigualdades no país. Contudo, as lideranças do Congresso, mais uma vez, optaram por blindar os mais ricos de contribuições proporcionais aos seus rendimentos.
Na Paraíba, vários deputados votaram “não” à taxação das grandes fortunas. Entre eles estão:
– *Aguinaldo Ribeiro* (PP) – Não
– *Cb Gilberto Silva* (PL) – Não
– *Eliza Virgínia* (PP) – Não
– *Murilo Galdino* (Republicanos) – Não
– *Romero Rodrigues* (Podemos) – Não
– *Wellington Roberto* (PL) – Não
– *Wilson Santiago* (Republicanos) – Não
Por outro lado, *Gervásio Maia* (PSB) e *Luiz Couto* (PT) votaram “sim”, demonstrando apoio ao projeto que visava redistribuir riquezas de forma mais justa.
A luta pelo IGF permanece como um sonho distante para a maioria dos brasileiros, mas é essencial que a sociedade continue cobrando mudanças.
Por: Napoleão Soares