A Polícia Federal concluiu, após mais de dois anos de investigações minuciosas, o inquérito nº 2020.0031905, instaurado a partir da colaboração premiada de Livânia Farias. O relatório final, assinado em 1º de setembro de 2025, foi categórico ao afirmar que não foram encontradas provas, indícios ou qualquer movimentação financeira que confirmasse as acusações contra os deputados estaduais Edmilson Soares, Lindolfo Pires, Tião Gomes, Genival Matias (in memoriam), Branco Mendes e Arthur Cunha Lima Filho (Arthurzinho).

Segundo o relatório, “não foi possível comprovar de forma cabal a materialidade dos repasses ilícitos aos parlamentares supostamente beneficiados” e “não foram identificados registros contábeis, bancários ou documentais que demonstrem o trânsito financeiro […] não havendo elemento que permita vincular tais retiradas ao efetivo repasse aos parlamentares”.
Além disso, a PF destacou que a colaboração de Livânia Farias “não se mostrou corroborada por provas independentes suficientes para confirmar, de modo seguro, a materialidade e autoria dos supostos crimes de corrupção passiva imputados aos parlamentares”.
A conclusão do inquérito confirma, portanto, que não há prova autônoma, robusta e inequívoca capaz de afirmar que houve repasse de valores aos deputados estaduais nominados, impedindo qualquer indiciamento em relação a eles.
O impacto sobre Tião Gomes
Entre os parlamentares citados, um dos mais prejudicados foi o deputado estadual Tião Gomes (PSB). À época, ele chegou a ser duramente atacado pela imprensa e nas redes sociais, sendo “massacrado mediaticamente” em razão da citação feita na delação, sem provas que a confirmassem.
A repercussão negativa teve reflexos diretos na sua trajetória política: quando Tião Gomes era um dos nomes mais cotados para assumir o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB), a citação infundada foi usada como principal argumento para inviabilizar sua indicação. Pressionado pelo cenário, o deputado acabou desistindo de disputar a vaga, o que representou um duro revés em sua carreira pública.
Com a divulgação do relatório final da Polícia Federal, fica claro que as acusações contra os deputados estaduais citados não se sustentaram, deixando exposta a gravidade dos prejuízos pessoais e políticos causados por uma denúncia que, agora se comprova, não teve qualquer base probatória.
Assessoria