A disputa pelo Palácio da Redenção em 2026 já está posta, ainda que em tons moderados e discursos de unidade. Entre os nomes que se colocam no tabuleiro da base governista, dois despontam com força e naturalidade: o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, e o vice-governador Lucas Ribeiro. E se há quem tente alimentar a narrativa de racha, o que se vê, até aqui, é uma competição civilizada, madura e, acima de tudo, saudável para a democracia e para o próprio projeto político que governa a Paraíba.
De um lado, Cícero representa a experiência. Prefeito da capital, ex-governador, ex-senador, ele traz o peso de uma trajetória consolidada e a vantagem de administrar a maior vitrine política do estado. Cícero se movimenta com sutileza, mas não esconde a disposição de continuar contribuindo com o estado em voos mais altos.
Do outro lado, Lucas é a renovação. Vice-governador jovem, com formação moderna e laços familiares profundos na política paraibana, tem se mostrado articulado, presente e cada vez mais preparado para assumir maiores responsabilidades. Com o sobrenome Ribeiro carregando peso político no estado, Lucas surge como uma aposta de continuidade com inovação.
Ambos são do mesmo partido, o Progressistas — e da mesma base — a do governador João Azevêdo. Ambos trabalham, inclusive, com o mesmo discurso: o de que não há disputa interna, e sim uma construção coletiva. Mas a disputa existe, claro que existe e as vezes, esquenta. E tudo bem que ela exista. A disputa é legítima. Só não precisa ser destrutiva.
O que não é aceitável e isso precisa ser dito, é o esforço de setores interessados em colocar um contra o outro, na tentativa de implodir o campo governista ou de desgastar prematuramente qualquer dos dois nomes. Não é preciso escolher entre um bom e um ruim. A base tem dois bons nomes. Aliás, tem mais: Adriano Galdino, Hugo Motta e outras lideranças também estão no jogo, e isso apenas reforça a força da aliança política que comanda a Paraíba.
A decisão caberá a João Azevêdo, ao seu grupo político e aos partidos aliados. E será uma decisão difícil, porque não faltam opções qualificadas. Mas seja quem for o escolhido, que a escolha mantenha o tom da disputa até aqui: leal, propositiva e respeitosa.
Por: Napoleão Soares