No começo de setembro, o Google lançou o Modo IA, uma nova forma de usar a inteligência artificial para as buscas online. Agora, é possível fazer perguntas elaboradas, mais parecidas com a maneira como pensamos em vez de usarmos termos-chave.
Isso pode ser útil ao planejar viagens, desde a escolha das datas mais favoráveis até a busca pelos menores preços.
Mas, antes de continuarmos, vale lembrar que a inteligência artificial pode errar e é sempre bom confirmar as informações apresentadas.
Como acessar?
Na página inicial do Google, ao digitar os critérios no campo de pesquisa, do lado direito estará o botão Modo IA. Caso já tenha feito a busca, no topo da página, abaixo do campo de busca, aparecerá a opção Modo IA.
Ao clicar nele, você será direcionado para uma página de conversa com a inteligência artificial, similar à do ChatGPT. A partir desse momento, basta continuar a conversa naturalmente, fazendo perguntas e tirando dúvidas diretamente na plataforma.
Como economizar?
Uma forma de buscar voos mais baratos é perguntando isso diretamente para a inteligência artificial. Mas, é possível ir além.
Um caso prático é a busca por um voo para o Réveillon em alguma capital do Nordeste. Pode ser feita a seguinte busca:
Quero passar o Révelilon em uma capital do Nordeste, em uma viagem de pelo menos cinco noites com minha família. Me ajude a encontrar os três destinos com voos mais baratos, listando preços e datas em uma tabela comparativa saindo de São PauloPrompt usado no Modo IA do Google
No caso da busca realizada, ela retornou os destinos abaixo:
- Maceió: de 30/12/2025 a 03/01/2026 por R$ 2.451 (ida e volta)
- Salvador: de 30/12/2025 a 03/01/2026 por R$ 3.029 (ida e volta)
- Recife: de 30/12/2025 a 03/01/2026 por R$ 3.083 (ida e volta)
Após decidir qual destino (escolhi Maceió como exemplo), pedi as opções apenas para aquele destino:
Considerando apenas a opção mais barata, faça uma tabela comparativa de voos entre empresas e datas com ao menos dez opçõesPrompt usado no Modo IA do Google
Na resposta, os preços mais baixos nem sempre correspondem às melhores opções de voo. A própria inteligência artificial coloca observações, como conexões, duração total do voo e outras relevantes.

A partir desse ponto, o usuário pode usar a ferramenta que preferir para efetuar a compra, como o próprio Google Flights e similares, ou diretamente no site da empresa aérea ou agência de viagens.
É confiável?
Como toda informação fornecida por uma inteligência artificial, é preciso ficar atento às respostas. Há pouco tempo, ficou famoso o caso de uma viajante que programou a viagem por meio de uma inteligência artificial e, ao chegar ao destino, foi barrada por falta de visto (a IA havia dito que não seria necessário).
Ainda assim, nos testes realizados pelo UOL durante a última semana, os valores foram fiéis àqueles apresentados no momento da compra. Por isso, é preciso ficar atento nessa hora de adquirir a passagem.
Como é com outras IAs?
A reportagem do UOL testou outras inteligências artificiais, mas apenas o Modo IA do Google retornou voos atualizados e com os valores em tempo real. Um dos maiores diferenciais é a integração com o sistema agregador do buscador, o Google Flights, embora o Modo IA também pesquise em tempo real em outros sistemas.
ChatGPT, Qwen, Deepseek, Claude e Perplexity apresentaram limitações em nossos testes. Grande parte pelo fato de que suas memórias são baseadas apenas em fatos passados e muitas vezes não têm acesso em tempo real à internet.
Nos testes, o Copilot, da Microsoft, retornou preços que não refletiam a alta temporada, mas isso não seria uma limitação geral. Por fim, testamos o sistema Manus, que executou a tarefa de forma automatizada. Entretanto, além de demorar muito (o mesmo que fazer manualmente a busca em diversos sites), a versão gratuita não oferece créditos suficientes, o que impede a geração da resposta no mesmo dia.
Uol
