O prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima (União Brasil), lançou nesta terça-feira (2) um recado direto ao Palácio da Redenção: as portas da oposição estão abertas para o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), e para o presidente da Assembleia Legislativa, Adriano Galdino (Republicanos).

A declaração dá novo fôlego às especulações sobre um racha definitivo na base do governador João Azevêdo (PSB). O desgaste do grupo governista tem sido atribuído à falta de diálogo e de espaço para lideranças tradicionais, o que tem provocado afastamentos públicos de figuras centrais. Adriano já demonstra incômodo com o tratamento recebido e Cícero vem dando sinais de distanciamento.
Ao acenar com protagonismo para esses nomes, Bruno amplia o cenário de instabilidade política do governo e fortalece a construção de uma oposição mais robusta de olho em 2026.
“Desde as eleições de 2022 que a gente vem caminhando muito junto e procurando, claro, se fortalecer um a outro para construir um projeto cada vez mais sólido, não um projeto eleitoral, mas um projeto de Paraíba. E assim, a gente tem visto que na base do governo já existe uma cisão pública, tem tido cada vez menos espaço para algumas lideranças importantes. Se essas lideranças, a exemplo do prefeito Cícero, compreenderem aquilo que a grande maioria de nós já percebeu, que não tem espaço dentro do projeto do governo e que pode somar forças conosco, que estamos apresentando um projeto alternativo de oposição, claro que a oposição estará sempre aberta para receber e dialogar com essas pessoas”, afirmou Bruno.
Segundo o prefeito, a articulação entre os oposicionistas tem sido constante, com foco em garantir unidade antes mesmo do início da disputa. “Tenho participado do diálogo interno, sobretudo com esses principais nomes que despontam não só com pré-candidatura, mas dentro da liderança do nosso bloco. Eu sou daqueles que defendem o diálogo intenso para a gente consolidar, quem sabe, uma chapa já unificada desde o primeiro turno”, completou.
Se confirmada a movimentação, a eleição de 2026 poderá colocar frente a frente o governo com a perda de aliados estratégicos e uma oposição encorpada por novas lideranças.
Por: Napoleão Soares