Em comemoração aos seus 61 anos de emancipação política, Itapororoca, localizada a 66 km de João Pessoa, inaugurou um roteiro de turismo ecológico com sete pontos para visitação. Dentre eles, está o ‘Parque da Nascença’, reserva ecológica onde é possível conhecer a nascente que abastece toda a cidade, onde nenhum morador paga por taxa de água.
O Parque Ecológico da Nascença possui piscinas, que são abastecidas com água da própria nascente, e áreas de lazer que podem ser acessadas de forma gratuita pelos moradores e através do pagamento de uma taxa para turistas. Lá é possível conhecer mais sobre o bioma da Mata Atlântica através da trilha pela mata, além de ser possível reservar o local para piquenique.
Mesmo durantes secas mais severas, a nascente de Itapororoca jamais secou. Ela é considerada direito inalienável da população itapororoquense. Se trata de um recurso hídrico protegido por lei municipal. O abastecimento da cidade é realizado pela força da gravidade, sem a necessidade de motores ou bombas. O que explica isso é a variação altimétrica entre a fonte e a área urbana, pois a nascente está localizada em uma área elevada. São 98 metros de altura em relação à cidade.
O que explica a existência da fonte, de acordo com o geógrafo Ivanildo Costa, é a existência de um antigo vulcão desativado na área onde está a nascente. Isto faz com que exista uma alta absorção de água na região. O pesquisador afirma que isso também explica a existência de formações rochosas vulcânicas que podem ser encontradas na localidade e que são particulares de Itapororoca. Parte do Parque na Nascença é construído dessas rochas.
Rochas vulcânicas particulares de Itapororoca decorrem de antigo vulcão desativado na região — Foto: Lua Lacerda
Também é possível conhecer mais sobre a história do município em Curral Grande, na zona rural. Através de uma apresentação popular do presidente da associação de moradores, pode-se conhecer uma casa centenária do distrito e a antiga capela de Santo Antônio, fundada em 1943, além da instalação onde costumava ser um engenho de cana de açúcar.
Capela de Santo Antônia foi fundada em 1943 — Foto: Lua Lacerda
Dialogando com a cultura e tradição da cidade, em outra parada no Curral Grande, também pode-se conhecer a bodega de Biu Bau, que resgata em seu espaço objetos antigos para venda.
Na budega do Biu Bau é possível encontrar objetos antigos, como a lamparina. — Foto: Lua Lacerda
Em outra área rural de Itapororoca, no sítio Magalhães, é possível encontrar a típica comida nordestina sob o som do tradicional forró pé de serra. O restaurante de comida regional se chama ‘O cangaço’ devido à sua tematização e amor da proprietária pelo tema.
Reustaurante possui comida regional, como com picado de bode e fava. — Foto: Lua Lacerda
Itapororoca se destaca por sua produção de abacaxis. A cidade faz a Paraíba ficar entre os únicos três estados brasileiros produtores de abacaxi orgânico. Por isso, na rota cultural, não pode faltar o Sítio São José, onde fica o empreendimento de cultivo orgânico de abacaxis. Realizado por Tobias Lopes, a produção já abastece diversos supermercados em João Pessoa e Recife.
Itapororoca é a única cidade da PB com produção orgânica de abacaxi — Foto: Lua Lacerda
Já na Trilha do Cangaço, que recebe este nome por lembrar a vegetação do Sertão, é possível ter acesso a uma linda vista à Barragem de Aruá e para a serpente do rio Mamanguape. O passeio conta com a apresentação do grupo ‘Os Cabras da Peste’, que encenam um xaxado ao ar livre.
Na Trilha do Cangaço, xaxado ao ar livre encena o bando de lampião. — Foto: Lua Lacerda
Para finalizar o dia, Itapororoca tem um dos pores-do-sol mais bonitos da zona da mata paraibana. No Sítio Ypioca, uma casa cultural oferece um ambiente tranquilo, com redes para descanso e música. Em breve, o local será um hotel-fazenda, com bangalôs e noites de vinho.
No sítio Magalhães, têm redes para descanso e vista para o pôr-do-sol. — Foto: Lua Lacerda
A rota cultural de turismo ecológico em Itapororoca pode ser agendada através das redes sociais.