Temendo violência, as autoridades brasileiras ampliaram as medidas de segurança em alguns dos principais postos de voto no exterior. Paris, Lisboa e outras capitais europeias foram alvo de um novo esquema de segurança, diante do que observadores apontam como risco de confronto entre diferentes grupos de brasileiros no exterior.
Nesta manhã de domingo, longas filas já se formaram em locais de votação nas principais capitais do Velho Continente e em outras regiões do mundo. Além dos observadores internacionais em 15 estados brasileiros, a OEA (Organização dos Estados Americanos) decidiu também destacar equipes para acompanhar o voto dos brasileiros no Porto, Miami e Washington.
Mas milhares de brasileiros foram pegos de surpresa diante da decisão do Itamaraty de reduzir o número de locais onde os brasileiros poderão votar nas eleições presidenciais. Sob o argumento de que consultas foram realizadas com consulados do país no exterior, o governo optou por cancelar a organização de seções. A decisão deixou brasileiros indignados, principalmente na Itália.
A decisão foi considerada como um ato ainda mais polêmico diante da constatação do Tribunal Superior Eleitoral de que houve um aumento expressivo no eleitorado brasileiro fora do país, em comparação às taxas de 2018. Em 2022, são 697.078 eleitoras e eleitores aptos a votar no exterior, 40% a mais que há quatro anos. O volume é praticamente o dobro dos eleitores brasileiros em 2014, quando 354 mil se cadastraram para votar naquele momento.
Mesmo assim, a decisão do governo foi por reduzir os locais de votação, em comparação ao que existia em 2018.
Ao UOL, o Itamaraty explicou que, nas eleições presidenciais há quatro anos, foram abertas 33 seções de votação em municípios diferentes das cidades onde estão sediadas as Embaixadas e Consulados brasileiros. Das 33 “seções fora da sede” realizadas em 2018, 22 foram abertas pela primeira vez”, explicou a chancelaria.
Depois de uma consulta aos postos, a constatação do Itamaraty foi de que a experiência em 16 localidades foi considerada negativa pelos postos e, em consequência, sua repetição foi desencorajada”. Apesar dos pedidos por parte da reportagem, a chancelaria jamais informou quais foram os postos que indicaram que a experiência foi “negativa”.
Uol