Para evitar grandes construções que depois ficam subutilizadas, os “elefantes brancos”, uma alternativa implementada na Copa do Catar foi a construção de estádios desmontáveis a partir de contêineres de navios cargueiros. Este é o caso do estádio 974, palco da goleada do Brasil sobre a Coréia por 4 a 1.
A arena, que tem capacidade para abrigar 300 mil torcedores, já atrai o interesse da Nigéria e do Uruguai, mas ainda não tem destino definido. Pode, inclusive, migrar entre países mais de uma vez.
Além do 974, o centro comercial que foi instalado nas suas proximidades e as vilas para fãs utilizaram a mesma tecnologia. Banheiros, elevadores e até os camarotes VIP e VVIP foram feitos com as grandes caixas de metal.
Desmontagem
De acordo com o Comitê Organizador Local de Entrega e Legado, a desmontagem do estádio deve levar cerca de seis meses, quando o material deve ser enviado a outro país para a remontagem das milhares de toneladas de contêineres e estruturas que fazem a conexão das caixas para formar a arena.
Além de se desfazer do 974, a ideia é que os outros 7 estádios utilizados na Copa do Mundo do Catar tenham a capacidade reduzida e as configurações alteradas após o mundial.
Outras arenas
O Khalifa International, por exemplo, que será utilizado como casa para a seleção masculina de futebol, sofrerá uma diminuição de 50 mil assentos para 40 mil. Já o Cidade da Educação terá redução pela metade de sua atual capacidade, 40 mil assentos. Este ficará como casa para a seleção feminina. O Al-Janoub e o Ahmad bin Ali também permnecerão como estádios, utilizados por clubes locais, como o Al-Rayyan.
Em outros casos o espaço mudará de função. A parte interna do Lusail será desmontada para dar lugar a um centro multiuso de comércio e entretenimento, enquanto o Al-Bayt manterá apenas 35 das atuais 60 mil cadeiras. O restante do espaço será transformado em um hotel butique e shopping de luxo.
De acordo com o escritório Fenwick Iribarren Architects, um dos responsáveis pela construção do 974, em entrevista à BBC, a intenção dos projetos foi diminuir o desperdício e diminuir a emissão de gases.
Revista Fórum