Na tarde desta quarta-feira (11), a Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) realizou sessão especial para debater a política de saúde mental e luta antimanicomial. A solenidade reuniu representantes e membros de entidades ligadas ao assunto em João Pessoa.
O vereador Marcos Henriques (PT), autor da propositura, falou sobre a importância e a urgência de debater a temática. “Nosso mandato tem um eixo muito importante, que é o da saúde mental. Dizem os estudiosos que é o mal do século, seja ele relacionado à depressão ao à ansiedade. A saúde mental tem que ser encarada pela gestão municipal com responsabilidade, e não é o que estamos vendo na Prefeitura de João Pessoa. Os Caps, por exemplo, estão totalmente deteriorados, sem a manutenção adequada, com os usuários sem os atendimentos específicos, que ajudam na ressocialização e que são extremamente necessários. Estamos aqui não apenas para criticar, mas para apresentar propostas e, com o poder de mobilização, cobrar cada vez mais”, afirmou.

Alcira Teotônio, presidente do Conselho Regional de Psicologia (CRP), disse que é importante ser persistente na luta por políticas públicas de saúde mental. “Que bom que existe essa persistência, porque nós sabemos que falar em saúde mental, infelizmente, ainda é algo colocado em segundo plano”, acrescentou.
O vereador Milanez Neto (MDB) defendeu a importância de falar de saúde mental de forma ampla. “Tratar a saúde mental não é vergonha, é necessidade, é isso que a gente precisa compreender. É lastimável a Secretaria Municipal de Saúde dar as costas para um tema tão importante, sucateando os Caps e tratando com desrespeito os servidores que tratam a saúde mental no município”, criticou.
“Nesses dois anos nós não conseguimos nenhum avanço, muito pelo contrário, houve um retrocesso, devido à total resistência da coordenação de saúde mental do município de João Pessoa em ouvir os apelos das pessoas que são militantes nessa área, e que se dispuseram a contribuir para a efetivação de um sistema que realmente funcionasse”, reforçou Fernanda Peres, Defensora Pública da Paraíba.
O coronel do Corpo de Bombeiros Erik Oliveira destacou que o Corpo de Bombeiros atua nas situações extremas. “O adoecimento mental é um dos principais fatores de risco para a ocorrência da tentativa de suicídio. Nós temos lutado para capacitar os nossos profissionais para prestar um atendimento humanizado àquela pessoa que está em um momento de sofrimento, talvez no pior momento da sua vida, para que ele consiga conduzir esse paciente a uma unidade hospitalar”, falou.
A vereadora Jailma Carvalho (PSB) concluiu dizendo que é preciso debater a saúde mental como saúde pública, desconstruindo os preconceitos que existem em torno dessa pauta tão importante. “Faço parte da gestão municipal, mas o meu compromisso maior é com essa pauta. Não terei problema nenhum em dialogar sobre esse assunto com a Prefeitura e lutarei com todas as minhas forças para que possamos dialogar, com a seriedade que a pauta merece”, finalizou.
Participaram ainda da sessão especial Lorenzo Delaini, secretário-executivo da Rede Margaridas; Verônica Oliveira, Conselheira Tutelar na região de Mangabeira; Ludmila Correia, professora do curso de Direito da UFPB, entre outros.
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