O governador Ricardo Coutinho (PSB) tem recebido pressão de aliados para que dispute as eleições para o Senado, em 2018. A posição começa a ganhar força entre os socialistas que, anteriormente, preferiam ver o gestor concluir o mandato, para não dar lugar à vice-governadora, Lígia Feliciano (PDT), a partir de abril. A concepção reinante entre os militantes do PSB é que sem a presença do gestor na chapa, ela irá para a disputa sem um puxador de votos. Isso por que o presidente da Assembleia Legislativa, Gervásio Maia (PSB), não tem tido o protagonismo esperado.
As preocupações sobre o futuro da chapa governista ganham força, inclusive, pelo risco de o PSB não conseguir reunir partidos e lideranças de peso para o projeto de poder da sigla. Agremiações aliadas de antes, como PSD, PSDB e PMDB tendem a reeditar a aliança implantada em João Pessoa, em 2016, para a disputa do ano que vem. Com isso, o PSB enfrentará a mesma dificuldade vivida na campanha pela reeleição, em 2014, quando o governador penou para fechar uma chapa competitiva. O barco só começou a andar depois que se aliou ao prefeito Luciano Cartaxo (PSD).
Desconfiança
Diante deste aspecto, o governador terá que rever conceitos ditos por ele recentemente, quando falou que não seria candidato sem ter a certeza de que o cargo que ele representa, o de governador, estaria seguro. A declaração, dada no fim do ano passado, gerou saia justa para a vice-governadora, Lígia Feliciano (PDT), e repercutiu mal entre os eleitores. Ficou claro que a composição fechada pelo gestor socialista, em 2014, foi meramente para a concretização de um projeto de poder e não de governo, como o prometido.
A prova de que o governador trabalha para ser candidato ao Senado é que a sua movimentação política, atualmente, é a de quem busca a disputa de um novo mandato, para evitar a perda completa da sua estrutura de poder. Isso foi visto no ato para marcar a “Inauguração Popular da Transposição”, em Monteiro, no último domingo (20). O gestor puxou para si o papel de protagonista das homenagens aos ex-presidentes Lula e Dilma, ambos do PT, com o intuito figurar na prateleira, como opção para uma futura disputa política.
No mesmo evento, vale ressaltar, Gervásio Maia foi vaiado por petistas e membros do coletivo – grupo fiel ao governador, que não escondeu a contrariedade na hora. Uma das estratégias de Ricardo para garimpar novos aliados é investir na divisão do PMDB do senador José Maranhão. Para isso, tenta atrair Raimundo Lira, que buscará uma improvável reeleição para o Senado em 2018. A preocupação dos socialistas é que mesmo com Ricardo na chapa não seja possível atrair mais ninguém de peso para compor o time.
Para 2018, a tese reinante é a de que com período eleitoral curto, hoje de apenas 45 dias, se cochilar, o cachimbo cai.
Blog Chico Soares com Suetoni Souto