A Argentina viveu no domingo (18) um momento de catarse que não ocorria havia 36 anos: sagrar-se campeã da Copa do Mundo. As imagens que circularam o mundo mostraram torcedores fanáticos enlouquecidos e em êxtase, inclusive em algumas circunstâncias periclitantes, como no alto de postes e com o corpo pendurado para o lado de fora de veículos que trafegavam pelas ruas do país.
Só que tanta emoção também resultou em problemas e tragédias. Os números ainda não foram reunidos e compilados pelas autoridades, mas em todo o país foram centenas de casos dos mais variados tipos que resultaram em cidadãos feridos ou mortos em meio às comemorações pelo Tricampeonato Mundial.
Ainda que muitos casos tenham sido registrados na megalópole Buenos Aires, capital da Argentina, a cidade que mais teve casos do tipo foi Córdoba, com 178 hospitalizadas, sendo que desses 24 eram menores de idade.
As ocorrências que resultaram em ferimentos e internações variavam, indo desde intoxicação por álcool e drogas até traumatismos cranianos, crises de ansiedade, desmaios e perda dos sentidos. Houve também muitos casos de ferimentos com algum tipo de corte, fosse por arma branca ou resultado de algum acidente, que fizeram 39 vítimas no total.
As queimaduras também representaram grande parte dos casos de atendimento de emergência e internações, assim como os relatos de tímpanos estourados por conta de explosivos e quedas de locais muito altos, como telhados, árvores, postes, janelas e sacadas.
Em Bariloche, no Sul do país, cidade conhecida pelas suas estações de esqui que bombam no inverno, o serviço público de Saúde informou que muitas ocorrências levadas até os hospitais e prontos socorros eram de pessoas que caíram de telhados ou de veículo em movimento, onde estavam penduradas.
Dois casos emblemáticos marcaram as comemorações na cidade turística que passa parte do ano coberta de neve: um rapaz que despencou de cima da bilheteria de um teleférico e o de um homem que comemorava no topo do telhado de uma unidade da rede de fastfood McDonald’s.
Também chamou a atenção a história de um jovem que morreu enforcado com a bandeira do país austral. Ele estava com a flâmula amarrada no pescoço e voltada para trás, como uma capa de super-herói, enquanto andava de moto pelas ruas da cidade de Bahía Blanca. Só que o adereço enroscou na roda dianteira e passou a enforcá-lo contra o painel do veículo. Ele acabou morrendo.
Revista Fórum