A desaprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recuou para 51%, enquanto a aprovação subiu para 46%, aponta pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (20). A diferença de cinco pontos percentuais entre os dois indicadores é a menor desde janeiro de 2025, quando havia empate técnico. A margem de erro do levantamento é de dois pontos, para mais ou para menos.

De acordo com os dados, 3% dos entrevistados não souberam ou não responderam. Em julho, a aprovação era de 43% e a desaprovação de 53%.
O pico de distância entre avaliações positivas e negativas foi registrado em maio, quando a rejeição chegou a 57%, contra 40% de aprovação — diferença de 17 pontos. Desde então, o governo vem reduzindo a desvantagem em dois movimentos consecutivos: queda na desaprovação e alta na aprovação.
Fatores econômicos e políticos
Segundo o diretor da Quaest, Felipe Nunes, o desempenho de agosto é o melhor para o governo desde o início do ano, sustentado por dois fatores principais: a percepção de alívio nos preços dos alimentos e a reação de Lula ao tarifaço imposto pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
“A melhora na aprovação do governo Lula em agosto resulta da combinação de fatores econômicos e políticos. De um lado, a percepção de queda no preço dos alimentos trouxe alívio às famílias e reduziu a pressão sobre o custo de vida. Do outro, a postura firme de Lula diante do tarifaço imposto por Donald Trump foi vista como sinal de liderança e defesa dos interesses nacionais”, avaliou Nunes.
Segmentos sociais
O levantamento revela avanço da aprovação entre brasileiros com renda de até dois salários mínimos, católicos, pessoas com ensino fundamental, idosos e moradores do Nordeste. Em todos esses segmentos, antes havia empate técnico.
A aprovação também cresceu em São Paulo, de 29% para 34%, enquanto a desaprovação caiu de 69% para 65%. No Nordeste, 60% aprovam o governo, contra 37% que desaprovam. O Sudeste continua sendo a região de maior resistência, com 55% de desaprovação e 42% de aprovação. O Sul permanece como o reduto mais crítico, com 61% de rejeição.
Por gênero, há empate técnico entre as mulheres (49% desaprovam e 48% aprovam). Entre os homens, a rejeição ainda é maior, mas a diferença caiu de 20 pontos em maio para nove agora. Entre os mais velhos, de 60 anos ou mais, o governo voltou a ter saldo positivo, com 55% de aprovação.
Religião e renda
Entre católicos, a aprovação chegou a 54%, contra 44% de desaprovação — o melhor resultado do ano. Entre evangélicos, a rejeição caiu de 69% para 65%, enquanto a aprovação oscilou de 28% para 31%.
Na faixa de renda até dois salários mínimos, a aprovação saltou nove pontos e chegou a 55%. Já entre os que recebem acima de cinco salários mínimos, a desaprovação se mantém em 60%.
Bolsa Família e voto em 2022
Entre beneficiários do Bolsa Família, 60% aprovam o governo e 37% desaprovam. Entre quem não recebe o auxílio, a diferença ainda é negativa: 54% desaprovam e 43% aprovam.
O apoio segue alto entre os eleitores que votaram em Lula no segundo turno de 2022: 79% aprovam sua gestão. Já entre os que votaram em Jair Bolsonaro (PL), 92% desaprovam o governo.
Tarifaço de Trump
A pesquisa também avaliou a percepção dos brasileiros sobre o tarifaço anunciado por Donald Trump, que elevou para 50% a taxação de parte dos produtos brasileiros exportados aos EUA.
Para 51% dos entrevistados, a medida foi motivada por interesses políticos do ex-presidente americano; 64% acreditam que a decisão vai aumentar o preço dos alimentos no Brasil. Além disso, 71% consideram que Trump está errado e 77% dizem que as tarifas vão prejudicar suas vidas.
Em relação à resposta brasileira, 48% entendem que Lula e o PT estão agindo corretamente, enquanto 46% avaliam que o presidente está conduzindo mal o tema.
Avaliação geral
Quando questionados sobre a avaliação geral da gestão, 31% classificaram o governo como positivo (eram 28% em junho), 39% como negativo (eram 40%) e 27% como regular (eram 28%).
A pesquisa Quaest, encomendada pela Genial Investimentos, ouviu eleitores entre os dias 13 e 17 de agosto. O nível de confiança é de 95%.
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