O presidente da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), José Inácio de Morais, fez um apelo público em defesa dos produtores nordestinos diante da crise enfrentada pelo setor sucroenergético. Considerado um dos maiores especialistas na produção de cana-de-açúcar e liderança respeitada no Vale do Mamanguape e em outras regiões do estado, José Inácio destacou que a taxação imposta pelos Estados Unidos trouxe impactos diretos à renda dos produtores, agravando a situação já delicada da atividade.

Segundo ele, o chamado “tarifaço” resultou na perda de uma cota preferencial de exportação, o que representa redução mínima de 5% no preço da cana. Para mitigar os prejuízos, José Inácio defendeu a aprovação da emenda à Medida Provisória 1309, protocolada pelo senador Efraim Filho (União-PB) e pelo deputado federal Fernando Meira (PL-PE), que propõe o pagamento de uma subvenção econômica de R$ 12 por tonelada de cana produzida na região Norte e Nordeste.
“Estamos passando um dos piores momentos da cana-de-açúcar aqui no Nordeste. Só com esse tarifaço dos Estados Unidos, nós perdemos uma cota preferencial que vai acarretar, no mínimo, 5% de perda no preço da cana. Essa ação chegou no momento certo e pode garantir um alívio importante para milhares de produtores”, afirmou o presidente da Asplan.
José Inácio ressaltou ainda que a medida beneficiaria especialmente pequenos e médios produtores, assentados e agricultores indígenas, que dependem diretamente da renda da lavoura. “Esse apoio de R$ 12 por tonelada vai chegar justamente para quem mais precisa. Aumentaram-se os custos, diminuiu a receita e, com isso, estamos ameaçando mais de 100 mil empregos no Nordeste. Por isso, é justo e necessário que o governo federal olhe com atenção para o setor e implemente essa política pública ainda neste semestre”, reforçou.
O dirigente também agradeceu aos parlamentares autores da proposta e pediu união da bancada paraibana e nordestina em torno da aprovação da subvenção. “É um recurso que já existe, e seria apenas uma fração do que o governo destinou para setores atingidos pelo tarifário americano. Cabe agora garantir que esse dinheiro chegue ao campo e evite que uma crise maior afete a economia e o emprego na região”, concluiu.
Da redação