A segunda pesquisa presidencial do Ipec (ex-Ibope) deste segundo turno será divulgada na noite de segunda-feira, dia 10. Na quarta-feira passada, o instituto cravou que Lula tinha 55% e Jair Bolsonaro 45% dos votos válidos neste início de segundo turno.
Encomendada pela Globo, começou a ser apurada ontem e as últimas entrevistas serão realizadas na própria segunda-feira. O instituto entrevistará presencialmente 2.000 pessoas acima de 16 anos em todos os estados brasileiros. A “margem de erro máxima” é de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
O Ipec poderá captar também os primeiros efeitos da volta da campanha eleitoral no rádio e na TV. Nesta fase da campanha, a novidade é que Bolsonaro e Lula têm o mesmo tempo para expor suas plataformas (e, claro, mandar ver na pancadaria). No primeiro turno, Lula tinha mais tempo de TV que Bolsonaro.
No questionário do Ipec, o entrevistado será perguntado em que ele vai votar para presidente (serão dadas respostas tanto de forma espontânea quanto estimuladas por uma lista de nomes), assim como se a decisão já é definitiva, o grau de rejeição a cada um dos candidatos e qual a expectativa sobre quem vencerá o pleito, independentemente do candidato escolhido.
Será perguntado também quem ele votou no primeiro turno. E também quando a decisão foi tomada: no dia 2? no início da campanha? nos últimos dias? Na véspera? É obviamente uma pergunta destinada a tentar medir o percentual de votos definidos ou virados na última hora.
Outra pergunta relevante para tentar entender melhor a cabeça do eleitor: como ele decidiu o voto para presidente no primeiro turno? Eis as opções colocadas: em conversas com amigos e familiares? Pelas redes sociais? Por meio dos programas eleitorais? Pelo noticiário da TV, rádio ou jornal?
Seja qual for o resultado de mais esse Ipec para o segundo turno, seus números serão protagonistas de um intenso debate. Serão contestados, como foram durante todo o primeiro turno, e também como continuam sendo neste segundo turno. Ainda mais num momento em que o Ministro da Justiça, Anderson Torres, manda a PF investigar os institutos e que Arthur Lira e Bolsonaro fazem campanha diária contra eles.
As pesquisas são um instrumento importante para se medir o pulso da eleição. Nunca deixarão de ser uma ferramenta para se tentar analisar para onde caminha a cabeça do eleitor. Exceto se o Parlamento ousar tomar uma medida inédita numa democracia ocidental, que é a de proibi-las ou criminalizá-las.
O Globo