A Promotoria de Justiça responsável por casos de improbidade administrativa em Campina Grande instaurou o Procedimento Administrativo nº 001.2025.050597 para apurar indícios de irregularidade na lotação do ex-prefeito de Salgadinho, Marcos Antônio Alves, como professor da rede municipal. Segundo a denúncia, embora concursado, Marcos teria sido admitido pela atual gestão para exercer a função de Professor, com salário de R$ 7.118,31 mensais, sem cumprir expediente ou comparecer à sala de aula.
De acordo com o vereador Leandro Francisco (Inácio de Juraci), responsável por acionar o Ministério Público, trata-se de um caso clássico de servidor fantasma. Segundo ele, é de conhecimento público no município que o ex-prefeito não desempenha nenhuma atividade na administração municipal e reside, inclusive, na cidade de João Pessoa. A suspeita é de que sua permanência na folha de pagamento seja fruto de um acordo político com o atual gestor, seu aliado.
A denúncia aponta que, mesmo sem cumprir sua carga horária, o ex-prefeito recebeu regularmente os salários nos últimos seis meses. O parlamentar sustenta que a conduta configura ato de improbidade administrativa, já que houve prejuízo aos cofres públicos e enriquecimento ilícito. O Ministério Público poderá exigir o ressarcimento integral dos valores recebidos indevidamente, além da aplicação das penalidades previstas na Lei de Improbidade Administrativa.
Após a notificação da abertura do procedimento investigativo, a Prefeitura de Salgadinho promoveu, nesta terça-feira (1º), um evento com servidores da Secretaria de Educação e anunciou publicamente que Marcos passará a integrar a equipe técnica da pasta, atuando no setor de planejamento. O movimento é interpretado por muitos como uma tentativa de justificar, retroativamente, os salários pagos durante os meses em que ele não exercia função alguma.
O caso segue em apuração e pode resultar em responsabilização civil e administrativa dos envolvidos, além de novas medidas por parte do Ministério Público.
Portal do Litoral PB