Donald Trump retornou à Casa Branca, empossado como o 47º presidente dos Estados Unidos, com um capital político que poucos líderes alcançaram em sua carreira. Sua posse marca não apenas a continuidade de uma era política, mas um novo capítulo com potencial para moldar significativamente os rumos dos Estados Unidos e do mundo.
Trump assume mais forte que nunca. Sua base de eleitores permaneceu fiel ao longo dos últimos anos, e ele retorna ao poder com um Congresso majoritariamente alinhado às suas ideias. A combinação de uma base popular robusta e um legislativo simpático dá a Trump uma plataforma inigualável para implementar sua agenda. Com a câmara e o senado dominados por republicanos, espera-se menos resistência às políticas radicais que ele propõe, como cortes fiscais, endurecimento das leis de imigração e a revitalização do setor de combustíveis fósseis.
Antes mesmo de reassumir o cargo, Trump desempenhou um papel central em intermediar o cessar-fogo entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza. A diplomacia contundente que caracterizou seu primeiro mandato parece estar de volta, agora com um alcance mais assertivo. A intermediação bem-sucedida reforça a ideia de que Trump é um negociador habilidoso, ainda que polêmico. No entanto, sua abordagem unilateral e pró-Israel pode polarizar ainda mais as relações internacionais.
O governo Trump promete uma postura cada vez mais protecionista na economia. Políticas como a imposição de tarifas e incentivos à indústria nacional podem fortalecer o mercado interno americano, mas também aumentar as tensões comerciais com China e União Europeia. Esse é um caminho arriscado que pode trazer benefícios de curto prazo, mas também prejudicar o equilíbrio econômico global.
Na política externa, seu governo deve consolidar alianças com líderes de direita em todo o mundo, como Javier Milei, na Argentina, e Giorgia Meloni, na Itália. Essa conexão pode levar a uma reorganização das dinâmicas internacionais, com consequências imprevisíveis para organismos multilaterais como a ONU.
No front interno, a pauta de combate às chamadas ideologias “woke” e o endurecimento das leis sobre imigrantes prometem reforçar as divisões dentro do país. Há uma clara tentativa de consolidar a identidade nacional americana sob uma perspectiva conservadora e populista.
Trump inicia seu mandato com um poder raramente visto em presidentes modernos. A mistura de um Congresso aliado, apoio popular significativo e seu estilo direto e controverso oferece a ele uma oportunidade de moldar os Estados Unidos e o mundo de acordo com sua visão. Contudo, essa mesma combinação também representa um risco às instituições democráticas e à estabilidade global.
O mundo, mais uma vez, observa com atenção. A pergunta que fica é: Donald Trump será lembrado como o líder que consolidou a hegemonia americana ou como aquele que desafiou a ordem estabelecida a um custo alto demais?
Por: Napoleão Soares