Contestado e acusado de praticar fraude eleitoral, Nicolás Maduro começou seu terceiro mandato como presidente da Venezuela ainda mais isolado internacionalmente. Desde as polêmicas eleições no país até a posse presidencial, o governo chavista coleciona rompimentos e rusgas diplomáticas com a comunidade global.
Crise diplomática
- A crise diplomática envolvendo a Venezuela começou após diversos países contestarem a reeleição de Nicolás Maduro, no pleito que aconteceu em julho de 2024.
- Um dia depois do pleito, o líder chavista expulsou o corpo diplomático de sete países da América Latina e Caribe. Todos os governos não reconheceram sua vitória.
- A ofensiva diplomática tem sido uma das armas de Maduro para retaliar aqueles que apoiam seu opositor, o ex-embaixador Edmundo González.
Até o momento, o regime chavista já se afastou diplomaticamente de nove países da América Latina e Caribe, e também mirou em nações da Europa que questionaram sua vitória.
O último caso aconteceu nessa terça-feira (14/1), após o governo Maduro diminuir a presença diplomática do Reino Unido, Holanda e França nas embaixadas dos países em Caracas. Com a medida, classificada pelo regime chavista como uma resposta a “intromissões nos assuntos internos do país”, as representações passam a funcionar com apenas três funcionários cada.
Os governos dos três países não reconhecem a reeleição de Maduro, e nas últimas semanas criticaram a repressão do chavismo contra opositores na Venezuela.
Em novembro de 2024, o governo venezuelano já havia ameaçado “rever” suas relações com o G7, após o bloco expressar apoio ao opositor Edmundo González, que diz ser o verdadeiro vencedor das eleições. O bloco é composto por Canadá, Estados Unidos, França, Alemanha, Itália, Japão e Reino Unido.
Expulsão de diplomatas
Um dia após as eleições venezuelanas, Maduro expulsou o corpo diplomático de sete países que contestaram a sua vitória. A medida foi aplicada contra Argentina, Chile, Costa Rica, Panamá, República Dominicana, Uruguai e Peru.
A custódia das embaixadas da Argentina e Peru foi assumida pela diplomacia brasileira em Caracas. Na representação argentina, estão abrigados seis opositores de Maduro, que buscaram asilo no local.
Já no início deste ano, o governo Maduro pediu a retirada de diplomatas do Paraguai após o presidente do país, Santigo Peña, prestar apoio à González a dias da posse presidencial na Venezuela
Apesar de rusgas recentes que diminuíram o intercâmbio entre Caracas e Brasília, como críticas e ataques diretas contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Brasil continua servindo como uma espécie de fiador no diálogo entre Venezuela e o restante da comunidade internacional.
Metrópoles