Com a falta de eventos com espaço para marketing em razão da pandemia de Covid-19, muitas marcas passaram a redirecionar o orçamento publicitário para influencers. A campeã do Big Brother Brasil 21, Juliette Freire, 31, por exemplo, cobra até R$ 400 mil por publicidade no Instagram —um post no feed da rede social e três séries de stories.
Ou seja, se fizer quatro trabalhos neste valor, a paraibana já supera o prêmio de R$ 1,5 milhão que ganhou do programa da TV Globo.
Segundo agentes do mercado, o cachê alto seria em razão da falta de agenda de Juliette. No momento, ela está fechando apenas contratos de seis meses, por valores menores: cerca de R$ 100 mil por sequência de stories e R$ 200 mil por um post. Os preços são aproximados, pois cada marca tem uma negociação com o influencer, de acordo com a campanha a ser realizada.
Procurada, a assessoria da ex-BBB, que conta com uma legião de cerca de 30 milhões de seguidores no Instagram, não havia se pronunciado até a publicação da reportagem.
“[O influencer] gera uma humanização da marca, pois ele é o consumidor. Em termos proporcionais [aos da mídia tradicional], gera mais conversão de vendas”, afirma Isabela.
A chance de os seguidores adquirirem um produto anunciado por uma personalidade nas redes é alta, dada a relação de identificação entre o fã e o consumidor. Além disso, quanto mais seguidores, mais seleto o influenciador com as parcerias.
Segundo pesquisa da agência de marketing de influência MField feita nas redes sociais em abril, 19,8% dos 17.590 respondentes disseram comprar algo porque determinado influenciador usa. Também há quem compre para ajudar o influenciador (7%) e porque o veem como referência no ramo do produto anunciado (23,7%).
Com quase o dobro dos seguidores de Juliette —53,9 milhões—, a cantora Anitta também chega a cobrar até R$ 400 mil por publicidade em seu perfil no Instagram. Os trabalhos da cantora nas redes tendem a girar em torno de R$ 300 mil pelo combo de post e stories.
Bruna Marquezine, com 40,6 milhões de seguidores, cobra R$ 200 mil. Isis Valverde, com 25,6 milhões de seguidores, pede R$ 100 mil. Procuradas pela reportagem via assessoria, elas não responderam.
“Artistas que chegam a um determinado patamar se tornam bastante seletivos não só por valores mas também pela credibilidade do influenciador, que anuncia produtos nos quais confia”, afirma Michel Kneit, presidente da Contrate Artistas.
As cifras tendem a acompanhar a quantidade de seguidores de cada influencer.
A também ex-BBB 21 Sarah Andrade, por exemplo, com 8,6 milhões de seguidores, cobra de R$ 35 mil a R$ 40 mil pelo combo de um post combinado com uma série de stories. A faixa é a mesma cobrada pela participante do BBB 20 Mari Gonzalez, com 10,7 milhões de seguidores, e pelo humorista Júlio Cocielo, com 15,7 milhões de seguidores.
Com Folha de S. Paulo