O Ministério das Relações Exteriores comunicou, através de nota oficial, que está empenhado em traçar uma rota alternativa para a retirada de representantes políticos brasileiros retidos em Israel, utilizando a Jordânia como corredor de segurança.
Entre os brasileiros presentes na comitiva estão o governador de Rondônia, Marcos Rocha (União Brasil), os prefeitos Cícero Lucena (PP), de João Pessoa, Álvaro Damião (União Brasil), de Belo Horizonte, além de secretários estaduais e representantes do Consórcio Brasil Central (que reúne Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Tocantins).
Neste sábado, o ministro Mauro Vieira, chefe da diplomacia, manteve contato direto com autoridades jordanianas, buscando viabilizar a evacuação por terra dos brasileiros pela nação vizinha a Israel assim que as condições permitirem.
Em uma nota oficial, o Itamaraty revelou que “acompanha de perto a situação de duas comitivas de gestores estaduais e municipais do Brasil, que se encontram em território israelense desde a explosão do conflito com o Irã na noite da última quinta-feira, dia 12. O objetivo primordial é salvaguardar a integridade e garantir o retorno desses grupos ao Brasil.”
As missões brasileiras estão em Israel a convite do governo local. Contudo, devido à crise iminente, as operações no Aeroporto Internacional de Tel Aviv foram suspensas provisoriamente.
“A embaixada do Brasil em Tel Aviv está em constante comunicação com as delegações brasileiras. O Ministério das Relações Exteriores, por sua vez, intercedeu junto ao Ministério de Relações Exteriores de Israel para que ambos os grupos tenham sua segurança assegurada e possam regressar ao Brasil assim que o cenário no país se estabilizar”, informou a chancelaria em comunicado à imprensa.
O documento ministerial acrescenta que o chanceler Mauro Vieira dialogou com seu homólogo jordaniano para “explorar a possibilidade de uma rota de evacuação por aquele país, caso as condições de segurança em Israel permitam o deslocamento terrestre até a fronteira”.
Ainda conforme o informe, o secretário de África e Oriente Médio do Itamaraty manteve diálogo com o seu correspondente na chancelaria israelense, solicitando prioridade na saída segura das delegações brasileiras. “Até o momento, as autoridades israelenses têm recomendado que as comitivas estrangeiras permaneçam no país, aguardando que as circunstâncias permitam qualquer movimentação desses grupos por via aérea ou terrestre”, finaliza a nota. Na sexta-feira, 13, o governo brasileiro havia se manifestado condenando o ataque aéreo de Israel contra o Irã.
Em seu pronunciamento, o Itamaraty alertou que o bombardeio israelense a alvos militares e associados ao programa nuclear iraniano tem o potencial de mergulhar o Oriente Médio em um conflito de “grandes proporções”.
Texto: Pedro Pereira
Jornal da Paraíba
