O trabalho de fiscalização dos agentes tecnológicos contratados pela Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan) para acompanhar a avaliação da qualidade da matéria-prima entregue pelos produtores canavieiros às usinas paraibanas começou desde o início do mês e, este ano, o número de agentes tecnológicos foi ampliado de 19 para 27 profissionais. Esse aumento tem o objetivo de aprimorar o processo de acompanhamento de entrega e avaliação da matéria-prima nas indústrias.
O trabalho desenvolvido pelos 27 agentes contratados este ano acontece 24h desde o início e até o final da safra. Os trabalhos da fiscalização na atual safra (2025/2026) começaram na primeira semana de agosto e devem acontecer até fevereiro ou março de 2026, data prevista para o final da moagem. Das usinas paraibanas, apenas a São João e a Dpadua ainda não iniciaram a safra.
“A análise da matéria-prima usa a fórmula da ATR (Açúcar Total Recuperado) e nós acompanhamos todo o processo, desde a pesagem da cana do associado até a análise no laboratório da usina para que a remuneração paga pela cana seja fidedigna ao que está sendo entregue, até porque dizemos hoje que não vendemos mais a cana, mas o seu teor de sacarose”, explica o diretor do Departamento Técnico da Asplan (Detec), Neto Siqueira, setor responsável pela coordenação dos trabalhos em campo da fiscalização. Ele lembra que a Asplan também colhe amostras que são analisadas no laboratório própria da entidade, que funciona no prédio sede, localizado em João Pessoa.
O trabalho de fiscalização da matéria-prima acontece simultaneamente, nas oito indústrias paraibanas, em regime de 24h, em turnos de trabalho que variam de uma unidade para outra. Dos 27 agentes, 25 deles atuam nas usinas, um atua como coletor das amostras e outro faz as análises no laboratório próprio. Antes de atuarem nas usinas todos os agentes receberam treinamento. Os novatos participaram de uma capacitação na sede da Asplan e os fiscais veteranos apenas reviram os procedimentos dos trabalhos de fiscalização.
Na Paraíba, três indústrias fabricam álcool e açúcar (Miriri, Monte Alegre, Giasa e Tabu), uma fabrica açúcar (Agroval) e duas produzem só álcool (Japungu e Dpadua). A Paraíba detém a terceira maior produção de cana-de-açúcar do Nordeste, uma vez que produz mais que o Rio Grande do Norte, Bahia, Sergipe, Maranhão e Piauí. Em produção, a Paraíba só fica atrás de Alagoas e Pernambuco, que são tradicionalmente os maiores produtores da região. Atualmente, entre 50% e 60% da matéria-prima paraibana é oriunda de lavouras próprias ou arrendadas pelas indústrias, sendo o restante produzido pelos fornecedores de cana ligados a Asplan que contabilizam cerca de 1.400 associados, entre pequenos, médios e grandes produtores.
Fonte: Asplan