Em uma declaração no mínimo inusitada, o ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga (PL) revelou estar pronto para enfrentar qualquer adversário na eleição de 2026. Durante entrevista ao programa Hora H, da TV Norte Paraíba, na noite dessa segunda-feira (21), Queiroga afirmou com firmeza: “Eu vou enfrentar até o demônio. Eu já enfrentei vários deles.”
Mas, afinal, a quem será que Queiroga está se referindo quando fala em “enfrentar até o demônio”? Seria uma metáfora para os desafios políticos que ele antecipa na corrida pelo governo da Paraíba ou uma provocação direta a algum adversário específico? Ele, no entanto, não poupou o atual prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), dizendo que gostaria de confrontá-lo na eleição de 2026, justamente para “cobrar o que ele prometeu e sei que não vai cumprir.”
Além dessa provocação, Queiroga fez uma análise sobre o futuro da base governista, prevendo uma divisão entre os aliados do governador João Azevêdo (PSB). “Acho muito difícil esse grupo governista ficar unido. Vai ter uma disputa forte (…) A arca não vai caber todo mundo”, disse, deixando claro que vê uma forte polarização à vista.
O ex-ministro ainda lembrou episódios da eleição de 2022, sugerindo que os jogos de poder dentro do governo do Estado já apontam para uma possível fragmentação: “Hugo botou um pé na arca do governo e outro na de Efraim. Aguinaldo não foi candidato [a senador] porque viu risco. Aguinaldo vai preferir apoiar Daniella Ribeiro para senadora”, especulou.
Ao comentar sobre a candidatura de Cícero Lucena, Queiroga foi enfático: “Eu não tenho dúvidas de que Cícero vai ser candidato. Ele é experiente e está mais para o fim da carreira, e penso que ele será candidato.” A dúvida, no entanto, parece ser mais sobre quem ele verá como seus adversários no caminho até o governo – e, claro, quem ele terá que “enfrentar até o demônio”.
Por: Napoleão Soares