A entrevista do deputado Adriano Galdino à Rádio Arapuan, na noite desta quarta-feira (15), foi um alerta claro para a base governista. As palavras de Galdino, repercutindo a recente declaração do governador João Azevêdo (PSB) sobre a possibilidade de Lucas Ribeiro (PP) ser seu sucessor em 2026, mostraram que a relação entre os dois líderes entrou em uma zona de turbulência. A fala do governador, segundo Galdino não caiu bem, que, questionou o fato de não ter sido previamente consultado sobre a escolha, especialmente sendo ele próprio um nome que tem se posicionado como pré-candidato ao governo.
É fundamental que se coloque os pingos nos is: a situação gerada por essa diferença de abordagem não deve ser vista como o início de um racha irreparável, mas, sim, como um alerta sobre a importância do diálogo entre os líderes. Em momentos como esse, o que se espera dos envolvidos é que sentem à mesa, discutam as divergências e resolvam de forma madura e equilibrada as questões que impactam a sucessão de 2026.
Galdino, ao reagir com veemência, expressou um descontentamento legítimo. Ele tem construído uma trajetória política sólida e, naturalmente, se sente no direito de participar de uma discussão tão relevante para o futuro do estado. Sua pré-candidatura ao governo reflete a confiança que ele acredita ter entre os paraibanos e a legitimidade de seu trabalho junto à população. Não é à toa que o deputado tenha se posicionado contra a antecipação de uma decisão tão importante sem o devido envolvimento dos aliados.
Por outro lado, a escolha de João Azevêdo de mencionar Lucas Ribeiro como um nome possível para sucedê-lo reflete, em certo grau, a confiança na parceria construída ao longo dos anos. Contudo, qualquer decisão desse porte precisa ser tomada com maior diálogo, evitando que interpretações equivocadas alimentem desconfianças entre os aliados.
A política é, por essência, um jogo de articulações e negociações. Contudo, é crucial que as partes envolvidas não permitam que pequenas fissuras se transformem em rachaduras irreparáveis. A partir deste momento, João Azevêdo e Adriano Galdino precisam sentar, conversar e alinhar suas expectativas. Não podemos esquecer que a sucessão de 2026 não está apenas em jogo; a unidade da base e a continuidade das políticas públicas que tanto contribuíram para o desenvolvimento da Paraíba também estão em pauta.
Por: Napoleão Soares