Durante muito tempo, o verdadeiro negócio das locadoras não era apenas o aluguel de carros, mas o lucro na revenda desses veículos após poucos meses de uso. Empresas de locação conseguem adquirir carros com bons descontos por comprarem grandes volumes, o que aumenta suas margens na revenda. Hoje, embora a margem de lucro não seja tão vantajosa quanto antes, a venda de seminovos ainda é um ativo importante para o setor, e o mercado de carros de locadora continua em expansão.
Para quem busca economizar e levar para casa um modelo mais novo a um preço competitivo, comprar um carro de locadora pode parecer uma ótima opção. No entanto, essa escolha levanta preocupações: muitos temem acabar comprando um veículo que foi submetido a “uso severo”, como o de carros utilizados em aplicativos de transporte ou para serviços intensivos, que podem gerar um desgaste acelerado.
Carro de aplicativo: risco ou oportunidade?
Veículos de locadoras geralmente têm uso constante, sendo dirigidos por diferentes motoristas, o que pode causar certo desgaste. A situação se agrava se o carro foi utilizado como veículo de aplicativo, onde a quilometragem pode facilmente ultrapassar a média nacional de 15 mil km anuais. Um carro de aplicativo pode rodar de 40 mil a 80 mil km por ano, exigindo mais da mecânica, suspensão, freios e pneus – fatores que podem resultar em custos extras para o novo proprietário.
Mesmo com manutenções regulares, o uso intenso acelera o desgaste de peças. Assim, ao optar por um carro que pode ter sido utilizado para transporte de passageiros, é essencial considerar possíveis manutenções mais frequentes e a troca de peças a curto prazo.
Aspectos a observar ao comprar um seminovo de locadora
Além da preocupação com o uso intenso, existem outros pontos importantes:
– Quilometragem enganosa: Embora as locadoras garantam quilometragem certificada, é comum que veículos de aplicativos sejam vendidos com quilometragem baixa para o tempo de uso. Isso ocorre porque as locadoras vendem os veículos após terem rodado bastante em um período curto.
– Desgaste não apenas mecânico: O interior do carro também pode sofrer com o uso contínuo. Sinais de desgaste em bancos, painéis e outros acabamentos podem aparecer prematuramente.
– Cuidados dos motoristas: Mesmo em casos de aluguel tradicional, sem uso profissional, os motoristas não costumam ter o mesmo zelo com um carro alugado que teriam com o próprio, o que pode acarretar desgaste precoce.
O que as locadoras garantem?
Apesar dos riscos, as grandes locadoras garantem que seus carros passam por uma rigorosa avaliação antes da venda. A Movida, por exemplo, oferece laudo cautelar e garantia estendida de um ano. A Unidas realiza revisões periódicas e permite estender a garantia por mais 12 meses. Já a Localiza destaca seu sistema de monitoramento avançado e uma inspeção em 360 itens antes de comercializar qualquer veículo, o que pode tranquilizar os compradores.
IG