O deputado Chió foi o grande protagonista da audiência pública realizada pela Assembleia Legislativa da Paraíba, nesta segunda-feira (17), no Teatro Santa Roza, que colocou o forró no centro do debate internacional. Solicitante da audiência e uma das principais vozes do movimento, Chió defendeu com força e clareza a candidatura do forró de raiz a Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco, consolidando-se como referência na luta pela preservação da identidade nordestina.
Diante de um Teatro Santa Roza lotado, com representantes culturais, músicos e gestores públicos de João Pessoa, Cuité, Santa Rita, Campina Grande, Puxinanã, Salgadinho, Monteiro, Alagoa Grande, Remígio, Cabedelo, Fagundes, Arara, Pilões, Assunção, Serra Redonda, Pilar, Santa Luzia, Pombal e Riachão do Bacamarte, Chió destacou que a candidatura não é apenas um gesto institucional, mas um compromisso afetivo com a alma nordestina.
“O forró é mais do que um ritmo, é uma expressão de nossa cultura, uma forma de resistência e união. Ao buscar o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, não apenas valorizamos nossa tradição, mas também garantimos a preservação desse legado para as futuras gerações”, afirmou o parlamentar, sendo ovacionado pelo público.
A audiência marcou mais um passo decisivo no processo iniciado em maio de 2024 pela Secult-PB e pela Associação Cultural Balaio Nordeste. O evento reuniu pesquisadores, artistas e lideranças culturais que reforçaram a importância de reconhecer o forró de raiz como patrimônio mundial.
A cerimônia teve ainda um momento especial com a apresentação do deputado e músico Cicinho Lima, filho do ícone paraibano Pinto do Acordeon. Emocionado, ele celebrou o avanço da pauta: “O forró é a minha vida, uma forma de viver. Cresci ouvindo meu mestre, Pinto do Acordeon, tocar. Ele criou uma música que se tornou um hino para este projeto. Nosso forró será Patrimônio Cultural Imaterial do mundo, já o é no Brasil”.
O secretário de Cultura do Estado, Pedro Santos, enfatizou o impacto da candidatura para a Paraíba e para o Nordeste. Segundo ele, o esforço é para garantir que a essência do forró — sua estética, ritmo, autenticidade e raiz — seja preservada diante das transformações contemporâneas. “O forró já está presente em diversos países. Nosso objetivo é salvaguardar sua essência, preservar e difundir sua matriz original”, destacou.
A voz da tradição também esteve representada. O zabumbeiro Josias José, defensor incansável da cultura nordestina, classificou a iniciativa da Assembleia como um marco histórico: “O forró é uma herança que nos une e nos faz lembrar de nossas raízes. Se conseguirmos esse título, será um reconhecimento não só para os músicos, mas para todos que fazem parte dessa linda história”.
Com a articulação política de Chió e a mobilização de diversos municípios, a Paraíba assume protagonismo nacional e internacional na defesa do forró. A expectativa agora é que o movimento avance junto à Unesco, consolidando um dos maiores símbolos da identidade nordestina como patrimônio da humanidade.
Por: Napoleão Soares







