O ex-governador do Ceará, Camilo Santana (PT), tomou posse nesta segunda-feira (2/1) como ministro da Educação. A transmissão de cargo foi oficializada em cerimônia na sede do órgão pela manhã.
Durante o evento, Santana afirmou que os primeiros atos do governo serão referentes à qualidade da merenda escolar e à retomada de obras de creches e escolas paralisadas por falta de repasses de verbas federais.
“Vamos de imediato garantir a qualidade da merenda escolar nas escolas brasileiras, essa é uma determinação do presidente Lula. E também já pedi para fazer um levantamento de todas as obras que estão paralisadas para que a gente possa garantir a retomada”, afirmou.
A cerimônia contou com participação de uma série de autoridades, como o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), o ex-governador do Ceará, Cid Gomes, além de deputados, senadores e ministros do governo Lula.
Reitores de universidades brasileiras também participaram da cerimônia. Entre eles, estava Marcia Abrahão, da Universidade de Brasília (UnB). Além disso, o evento teve presença de representantes da União Nacional dos Estudantes (UNE) e União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes).
Enem, alfabetização e ensino integral
O ministro recém empossado também voltou a ressaltar a importância da educação básica. A alfabetização de crianças na faixa etária correta também será prioridade, pontuou Santana.
O ministro também pretende estudar modelos exitosos de educação integral no país para avaliar a implementação em nível nacional.
“A determinação do presidente Lula neste momento é de que possamos construir, o mais rápido possível, um grande plano que possa garantir que nossas crianças sejama alfabetizadas na idade certa neste país”, afirmou.
O ministro também prometeu estreitar laços entre o MEC e os reitores das universidades federais, além de retomar o orçamento das instituições de ensino.
“Universidades foram sucateadas com uma visão distorcida de viés ideológico. Iniciarei um diálogo permanente com universidades, institutos federais, ONGs que trabalham com educação, estados e municípios”, ressaltou.
Outro ponto de atenção será a renegociação de dívidas do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). “Vamos fotalecer o Fies e o Prouni. Estamos estudando uma forma de garantir o acesso de jovens às universiades. Já tem estudos para avaliar a questão das dívidas do Prouni e do Fies”, concluiu.
Histórico
Santana assume a Educação após quatro anos de instabilidade durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Entre 2019 e 2022, o órgão teve quatro ministros.
O colombiano Ricardo Vélez Rodríguez iniciou a gestão em janeiro de 2019 e deixou o cargo em abril do mesmo ano, após crises internas no MEC e inseguranças na execução de metas e ações prioritárias.
Quem assumiu o cargo em seguida foi Abraham Wintraub, que teve gestão marcada por polêmicas envolvendo orçamento das universidades federais, o adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) durante a pandemia de Covid-19, acusações de racismo e críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Em julho de 2020, Milton Ribeiro assumiu o posto. O ministro teve passagem marcada por um esquema de distribuição de verbas da pasta envolvendo pastores sem cargos públicos. O caso foi revelado pelo jornal Estadão e é investigado pelo STF.
Ribeiro deixou o posto em março de 2022 e o cargo foi assumido por Victor Godoy Veiga, que protagonizou polêmicas no corte de verbas para a educação no último ano da gestão Bolsonaro.
Metrópoles