Um hábito valioso, mas cada vez mais esquecido. Embora a leitura traga, entre seus benefícios, a melhora da capacidade de raciocínio, o alívio do estresse e o desenvolvimento do senso crítico, ela tem sido deixada de lado. Uma pesquisa divulgada pelo “Retratos da Leitura no Brasil” aponta uma queda de quase sete milhões de leitores em quatro anos.
A psicóloga da Hapvida, Michelle Costa, explica que a leitura traz uma série de vantagens para a saúde mental, pois diminui os hormônios do estresse e aumenta os níveis de serotonina, o hormônio responsável pela felicidade e bem-estar. “A leitura expande a empatia e a compreensão, reduz o risco de desenvolver doenças psicológicas e degenerativas, como o Alzheimer”, ressalta.
Isso acontece porque, segundo a especialista, a leitura envolve imaginação, mentalização, antecipação e aprendizagem, funcionando como um exercício para o cérebro humano. O mesmo não pode ser observado com o uso de redes sociais, por exemplo. “As redes oferecem a informação pronta, sem estimular habilidades interpretativas. As pessoas acabam se tornando depositárias de informações que, por vezes, podem nem ser verdadeiras”, avalia.
O uso desenfreado do celular e o consumo de redes sociais estão atrelados a uma piora na saúde mental. O “Panorama da Saúde Mental”, divulgado no final do ano passado, mostrou que 45% dos casos de ansiedade em jovens entre 15 e 25 anos estão relacionados ao uso das comunidades virtuais.
Livros permitem explorar novos mundos, encontrar personagens interessantes, além do envolvimento com histórias que podem ir do humor ao suspense. Para retomar ou começar o passatempo, a tentativa deve ser gradual, começando aos poucos e, de preferência, com algo que gere interesse, dentro de uma rotina pré-estabelecida. “Depois de criado o hábito, esse tempo pode ir aumentando”, sugere a psicóloga.