Poucos problemas marcaram tanto a vida de uma população quanto a histórica falta de água em Mamanguape. Trata-se de uma luta antiga, que atravessou gestões e frustrações. Muitos prometeram, alguns tentaram, mas a sensação que sempre restava era a de que a solução parecia distante, quase inalcançável.

Agora, com o anúncio feito pelo prefeito Joaquim Fernandes, em articulação direta com o Governo do Estado e a Cagepa, surge a esperança concreta de que esse pesadelo está prestes a chegar ao fim. Os testes finais da adutora Acauã–Araçagi sinalizam que, em breve, a cidade terá o abastecimento regularizado.
É justo reconhecer: não foi um esforço isolado. A prefeita Eunice Pessoa, antes de Joaquim, também se empenhou muito nesta causa, abrindo caminhos para que o município tivesse voz diante do governo estadual e cobrando a prioridade que Mamanguape merecia.
É igualmente necessário lembrar que a ausência dessa solução pesou no campo político. Foi justamente em Mamanguape que o governador João Azevêdo encontrou dificuldades nas urnas, e grande parte disso se deve ao desgaste provocado por décadas de descaso com o abastecimento de água. Não se trata de ataque, mas de constatação: a demora em resolver uma questão tão básica como o direito à água cobrou seu preço.
Se desta vez a promessa sair do papel – e tudo indica que sim –, Mamanguape terá muito a celebrar. E, acima de tudo, o povo terá garantido aquilo que deveria ser óbvio: a dignidade de abrir a torneira e ver a água jorrar. Que este seja o capítulo final de uma novela longa demais.
Por: Napoleão Soares