O mundo se despede de um gigante da fé e da humanidade. Papa Francisco, Jorge Mario Bergoglio, partiu aos 88 anos, deixando não apenas um vazio imenso na Igreja Católica, mas também um legado incomparável de compaixão, coragem e escuta. Seu papado foi um marco, especialmente para os que sempre estiveram à margem, os pobres, os excluídos, os indígenas, as mulheres, os discriminados por sua orientação sexual, os esquecidos do mundo.
Primeiro Papa latino-americano da história, Francisco não era apenas o líder espiritual de mais de um bilhão de católicos. Era também uma voz profética que enfrentava sem medo o preconceito, o racismo, a misoginia e a homofobia, inclusive dentro das estruturas da própria Igreja. Não era um Papa de palácios: era o Papa das periferias, dos presídios, das favelas, dos migrantes. Um Papa com cheiro de povo, como ele mesmo gostava de dizer.
Sua humildade era genuína. Morava em uma casa simples dentro do Vaticano, recusou as pompas e preferia o contato direto com as pessoas. Escutava com uma disposição rara. Quem teve a chance de encontrá-lo — líderes mundiais, artistas, crianças, refugiados — saía transformado. Francisco não falava apenas com palavras: falava com gestos, com olhares, com silêncios.
Também era um amante confesso do futebol. Torcedor fervoroso do San Lorenzo, seu time do coração, o esporte para ele era mais do que paixão, era símbolo de união, de fraternidade. O futebol, dizia, ensina a jogar em equipe, a respeitar o outro, a cair e levantar. Francisco via no esporte uma metáfora da vida cristã.
Sua partida provoca uma dor profunda, mas também um convite: o de manter viva sua mensagem de inclusão, de amor, de justiça social. O mundo se despede, líderes de todas as religiões e ideologias prestam homenagem a esse homem que, mais do que Papa, foi um verdadeiro irmão universal.
A Igreja Católica perde um grande pastor. O mundo perde uma das vozes mais lúcidas de nosso tempo. Mas seu legado permanece nas palavras que nos inspiraram, nos gestos que nos ensinaram e, sobretudo, na esperança que ele semeou.
Obrigado, Papa Francisco. Vá em paz, bom pastor. O mundo nunca te esquecerá.
Por Napoleão Soares







