Parece instintivo: basta ter um cachorro simpático por perto para a maioria de nós sair de um estado de imobilidade para fazer festinha na cabeça do bicho, coçar suas costas e barriga, brincar com ele tendo algum contato físico. Agora a ciência está demonstrando que fazemos isso não só porque eles parecem irresistíveis. Essa interação também melhora nossa condição emocional. Faz bem para a cabeça e o coração.
Pesquisas anteriores já mostraram que o tempo com cachorros pode diminuir os indicadores de estresse, como pressão arterial ou frequência cardíaca. Agora um estudo suíço descobriu que acariciar um cão próximo tem efeitos sobre o nosso lobo frontal, a parte do cérebro responsável, entre outras coisas, pelo gerenciamento das emoções e das interações sociais.
Pesquisadores usaram Espectroscopia Funcional em Infravermelho Próximo (fNRIS, na sigla em inglês) para medir a atividade no córtex pré-frontal dos participantes do estudo. Os voluntários brincaram com um cachorro que viam pela primeira vez e também foram orientados a interagir com um leão de pelúcia. Detalhe: esse brinquedo tinha uma garrafa de água quente dentro dele, para simular o calor natural de um ser vivo.
Cada pessoa participou de seis sessões, sendo três com cães e três com o animal de pelúcia. E cada sessão teve cinco fases com diferentes níveis de interação: neutro, observando, sentindo, acariciando e neutro novamente.
E não deu outra: houve uma maior atividade cerebral durante as carícias em cães do que nos brinquedos, mesmo que fossem fofinhos também. Aliás, quanto maior a interação, maior a atividade no lobo frontal.
Além disso, esses efeitos relacionados a emoções positivas duraram mesmo depois que o cão não estava mais presente. E isso traz uma informação importante, porque sugere que desfrutar de um tempo de qualidade com cachorros pode, de fato, ter resultados terapêuticos em pessoas com ansiedade e depressão.
Mas, por enquanto, isso está no terreno da especulação. Embora cachorros já sejam usados para suporte psicológico de indivíduos com transtornos mentais e até de pacientes com câncer, o estudo científico ainda não avançou para comprovar esses benefícios no cérebro de pessoas com essas condições. Todos os participantes do estudo suíço eram plenamente saudáveis, da mente e do corpo.
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