O homem que fez ofensas racistas a um motoboy que realizava entregas por aplicativo em Valinhos (SP), em julho do ano passado, participou de mais um caso de injúria racial nesta sexta-feira (9). O vídeo enviado à EPTV, afiliada da TV Globo, mostra o homem agredindo verbalmente o funcionário de um mini mercado no distrito de Barão Geraldo, em Campinas (SP).
“É racismo mesmo, seu preto. Você é italiano mesmo? Porque eu sou nórdico […] Seu ladrãozinho de merda. Isso aqui [apontando para a própria pele] você tem inveja, seu bosta. Você não tem dinheiro, seu lixo”, diz o homem, identificado como Matheus Abreu Almeida Prado Couto.
Em julho do ano passado, Matheus também afirmou que o motoboy a quem ofendeu teria “inveja” da cor da sua pele. Relembre o caso abaixo.
Após a gravação do vídeo, Matheus se dirigiu à casa onde mora sozinho desde o episódio em Valinhos, no bairro São Gonçalo, em Campinas, mas foi encontrado por outros motoboys que presenciaram a situação, reconheceram o homem e fizeram ameaças.
A Guarda Municipal foi acionada e, mais tarde, chamou o pai de Matheus ao local. Apesar de ter negado entrevista, ele afirmou que o filho sofre de esquizofrenia e teria sido internado diversas vezes.
Após cerca de três horas, paramédicos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e guardas municipais convenceram Matheus a entrar em uma viatura e ele foi encaminhado ao Hospital de Clínicas de Unicamp.
Relembre o caso
O caso aconteceu no dia 31 de julho de 2020 e as imagens começaram a circular na internet em 7 de agosto. Na ocasião, a Guarda Municipal foi chamada e encaminhou todos para a Delegacia de Valinhos. O condomínio fica no bairro Chácaras Silvania. O vídeo foi gravado por um vizinho.
Durante a discussão, o rapaz ainda ofendeu o entregador, o chamando de “semianalfabeto”; repete que ele tem inveja da vida que as pessoas que moram no condomínio dele têm; e diz que o profissional não tem onde morar nem “nunca vai ter” nada do que ele estava mencionando.
“Eu falei pra ele que ele não podia fazer mais isso porque ninguém gostava desse tipo de atitude. O que ele faz é pra se mostrar superior as pessoas. Teve um momento que ele cuspiu em mim, jogou a nota no chão e disse que eu era lixo. Na frente da polícia, ele continuou com as agressões, me chamou de favelado”, contou a vítima, Matheus Pires Barbosa.