A mais recente pesquisa do Instituto Índice, divulgada pelo Blog do Márcio Rangel, mostra o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (MDB), na frente da corrida pelo Governo da Paraíba em 2026. No cenário estimulado, o gestor aparece com 33,1% das intenções de voto.
Em seguida, aparecem o ex-senador Pedro Cunha Lima (PSDB), com 12,6%, e o vice-governador Lucas Ribeiro (PP), com 12%, tecnicamente empatados dentro da margem de erro de três pontos percentuais. O senador Efraim Filho (União Brasil) surge com 9,2%, enquanto o presidente da Assembleia Legislativa, Adriano Galdino (Republicanos), aparece com 5,1%.
Os números reforçam a visibilidade de Cícero como prefeito da capital, o que naturalmente o coloca em posição de destaque no estágio inicial da disputa. Mas a vantagem ainda é relativa. Quase 28% dos eleitores não definiram voto: 17,7% disseram não saber ou não responderam, e 10,3% afirmaram que não votariam em nenhum dos nomes apresentados. É um contingente expressivo, capaz de alterar qualquer cenário nos próximos meses.
Cícero colhe os frutos da gestão em João Pessoa e da imagem de gestor moderado, com bom trânsito político entre diferentes grupos. No entanto, o desafio será expandir sua força para além da capital, sobretudo no interior, onde o peso das alianças locais e das lideranças regionais costuma ser determinante.
Pedro Cunha Lima mantém um discurso de oposição ao atual grupo que comanda o estado, ancorado na defesa de renovação e integridade na política. Lucas Ribeiro aposta no trabalho, na estrutura administrativa e no alinhamento com o governador João Azevêdo, que tende a ser um ativo importante na construção de uma candidatura sólida pelo PP.
Já Efraim Filho se consolida como o nome do bolsonarismo na Paraíba. Lançado politicamente por Michelle Bolsonaro durante visita ao estado, o senador tem buscado consolidar sua base junto ao eleitorado conservador, especialmente no interior, e deve investir em pautas de costumes e na aproximação com a direita nacional para ampliar seu alcance.
Adriano Galdino, por sua vez, aparece com desempenho mais tímido, mas tem presença consolidada no interior, o que pode render alguma influência nas composições regionais e futuras alianças.
No geral, a pesquisa indica que Cícero Lucena larga na frente, mas o cenário ainda é volátil. O alto índice de indecisos mostra que a disputa está longe de ser definida. Até o início oficial da campanha, os movimentos de bastidor, as alianças e o desempenho de cada candidato na comunicação com o eleitor serão decisivos.
Em política, liderar as primeiras pesquisas é importante, mas não definitivo. A vantagem de hoje pode se tornar um desafio amanhã, principalmente em um estado onde o voto é influenciado por dinâmicas regionais e por um eleitorado que costuma decidir perto da reta final.
A eleição de 2026 começa a ganhar forma, mas o jogo está apenas no início.
Por: Napoleão Soares







