Equipes da Gerência de Vigilância Ambiental de João Pessoa iniciaram nesta terça-feira (4) a instalação das primeiras armadilhas ovitrampas em pontos estratégicos de bairros da zona leste da cidade. Essas armadilhas, utilizadas para coletar os ovos do mosquito Aedes aegypti, irão contribuir ainda mais para a redução nos casos prováveis de dengue na capital paraibana.
Neste mês de novembro, de acordo com a diretora da Vigilância Sanitária municipal (que coordena a Vigilância Ambiental), Renata Albuquerque, serão instaladas um total de sessenta armadilhas ovitrampas e as demais serão colocadas mensalmente de forma gradativa por todos os bairros de João Pessoa. “A implantação das ovitrampas tem como objetivo principal monitorar a presença e a densidade do mosquito Aedes aegypti, vetor responsável pela transmissão da dengue, zika e chikungunya”, explica Renata Albuquerque.
Ela completa: “Por meio dessas armadilhas, é possível identificar precocemente áreas com maior circulação do vetor, permitindo o planejamento e direcionamento das ações de controle e prevenção das arboviroses, de forma mais eficiente e estratégica”. Ovitrampas são armadilhas utilizadas para coletar os ovos do mosquito Aedes aegypti, auxiliando no monitoramento e controle de doenças como dengue, zika e chikungunya.
Na prática, essas armadilhas funcionam como um criadouro artificial onde o mosquito deposita seus ovos, permitindo que agentes de saúde coletem e destruam esses ovos, além de mapear as áreas de maior infestação para direcionar ações de combate. A definição das áreas de implantação, conforme a diretora, segue critérios técnicos estabelecidos pela Vigilância Ambiental, considerando indicadores entomológicos, densidade populacional, histórico de infestação e vulnerabilidade epidemiológica. “Em geral, as armadilhas são instaladas em residências, comércios e instituições privadas e públicas”, explica.
Renata ressalta que este período do ano não é o mais propício à reprodução do Aedes aegypti, mas justifica a colocação das armadilhas: “Estamos realizando a prevenção e o controle. O foco é controlar a presença do mosquito antes do período que propicia sua reprodução e aumento da incidência de casos de doenças transmitidas pelo Aedes, que são os períodos de elevada temperatura e chuvas intercaladas”. Ela também aponta o empenho dos supervisores dos distritos sanitários da capital paraibana na tarefa de instalação das armadilhas, fazendo questão de registrar os nomes deles: André de Figueiredo Guedes, Erick Cruz de Moura, Ivânia Berto dos Santos, Neuma Valéria Lopes Vitorino, Paulo do Nascimento Correia, Teresinha de Jesus da Silva.
De acordo com Renata Albuquerque, a população também pode colaborar no combate ao mosquito. “Os habitantes da cidade têm papel fundamental no controle do Aedes aegypti. Algumas ações simples fazem toda a diferença”, relembra a diretora. Entre essas ações estão a eliminação de água parada em recipientes, como baldes, garrafas, pneus e vasos de plantas; a vedação das caixas d’água; a manutenção das lixeiras e ralos tampados; e a eliminação de objetos que podem acumular água, como pneus, garrafas plásticas etc.
Também cabe à população limpar potes de água dos pets (cães, gatos, aves); manter piscinas e fontes limpas e tratadas; limpar calhas e bandejas de ar-condicionado e geladeiras; permitir o acesso dos agentes de endemias às residências; notificar a presença de criadouros ou focos do mosquito à Vigilância Ambiental pelos telefones 3213-7781 e 3213-7782. “Cada morador é responsável por cuidar do seu espaço e, juntos, é possível reduzir os casos de arboviroses e proteger toda a comunidade”, alerta Renata.
Apesar da redução de 48% nos casos prováveis de dengue na Paraíba em 2025, o Ministério da Saúde reforça que o combate ao Aedes aegypti deve continuar. Na segunda-feira (3), a pasta lançou a campanha nacional ‘Não dê chance para a dengue, zika e chikungunya’, voltada à prevenção das arboviroses e à mobilização da população, e anunciou R$ 183,5 milhões para ampliar o uso de novas tecnologias de controle vetorial em todo o país.
A Paraíba registra atualmente 7,1 mil casos prováveis de dengue, uma redução de cerca de 48% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram notificados 13,6 mil casos. Quanto aos óbitos, o estado confirmou sete mortes neste ano, número inferior ao de 2024, quando houve onze registros. No Brasil, foram contabilizados 1,6 milhão de casos prováveis de dengue, uma queda de 75% em relação ao mesmo período do ano passado. Os óbitos, que somam 1,6 mil em 2025, também apresentaram redução de 72% em comparação com 2024.
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