A federação “União Progressista” nasceu como o maior expoente político-partidário do país. A aliança, que reúne o União Brasil (UB) e o Progressistas (PP), forma a maior bancada na Câmara dos Deputados, com 105 deputados, e está entre as maiores do Senado Federal, com 15 senadores. Os dois partidos juntos reúnem milhares de prefeituras e vereadores espalhados pelo país.

Antes dada como certa, a federação entre os partidos, anunciada em agosto e com a promessa de alterar o tabuleiro político nacional, hoje vive um clima de “incerteza”. A reportagem do O HOJE conversou com alguns parlamentares das legendas que compõem a aliança. Os deputados relataram não saberem ao certo em que pé está o acordo entre o senador Ciro Nogueira (PI), presidente nacional do PP, e Antônio Rueda, presidente nacional do UB. O entendimento é que, como ainda não houve a homologação da federação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), tudo pode acontecer.
Apesar do robusto capital político, dos 20% de tempo de televisão e do fundo eleitoral que, somados, chegam a quase R$ 1 bilhão, episódios recentes envolvendo personagens importantes dos dois partidos colocaram os conflitos internos e as dissidências da federação nas amostras.
Um dos episódios envolve o governador Ronaldo Caiado (União Brasil). Pré-candidato à Presidência da República, o chefe do Executivo estadual entrou em rota de colisão com o cacique do PP recentemente. Ciro declarou que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é o nome ideal para disputar as eleições de 2026 como o candidato do Centrão e da direita para enfrentar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ciro também citou o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), mas não Caiado.
O governador retrucou dizendo que o senador sofre com uma “ansiedade vergonhosa” na tentativa de ser vice de Tarcísio e que não é o “porta-voz” do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – cujo apoio é considerado indispensável por quem pretende se candidatar e captar o eleitorado direitista. Apesar de pré-candidato, Caiado não possui apoio integral das duas siglas.
O outro episódio foi a entrevista do pepista para a CNN Brasil, após a visita do parlamentar a Bolsonaro. Na conversa, Nogueira afirmou que “comanda” a federação. A fala não teria agradado Rueda, que discorda da percepção de que é Ciro quem manda na aliança dos partidos.

Panorama sem federação
Com a federação “União Progressista”, a missão de Caiado de conquistar apoio total do UB ficou ainda mais difícil, já que precisaria do aval do PP. Para manter seu projeto político de pé, o governador chegou a cogitar mudar de partido. Caiado teve conversas com siglas como o Podemos e o Solidariedade, já que a deputada federal Renata Abreu (SP) e o deputado Paulinho da Força (SP), respectivamente presidente dos dois partidos, deram indícios de que aceitariam o projeto caiadista.
Entretanto, caso a federação de fato não aconteça, o panorama muda para o chefe do Executivo goiano. Sem o PP na jogada, a tarefa de Caiado será aglutinar apenas o UB em torno de sua candidatura.
O Hoje








