Campina Grande vive um dos momentos mais críticos de sua história recente na área da saúde. O ex-secretário estadual de Saúde e ex-candidato à Prefeitura, doutor Jhony Bezerra, fez um pronunciamento contundente denunciando o que chamou de “caos administrativo e financeiro” na gestão do prefeito Bruno Cunha Lima (União Brasil).

De acordo com Bezerra, a situação é alarmante: há atrasos salariais, falta de insumos em hospitais, repasses pendentes para unidades conveniadas e um colapso na estrutura de atendimento básico. O próprio secretário de Finanças da Prefeitura teria admitido, segundo ele, que “o município não tem recursos para custear a saúde até o fim do ano”.
“Estamos em um caos na saúde de Campina Grande. Um caos administrativo, um caos financeiro. O próprio secretário de Finanças admitiu que não há recurso para manter o sistema funcionando. E o prefeito sequer aparece. Está escondido”, disparou Jhony.
O médico e político também criticou o que chamou de “inchamento irresponsável da máquina pública”, apontando que a Prefeitura continua realizando contratações em plena crise.
“A folha de pessoal está completamente abarrotada. É gente demais para pagar, e ainda assim continuam contratando todos os dias, principalmente nas Unidades Básicas de Saúde. Isso não é gestão — é política pura, feita para atender a interesses eleitorais”, afirmou.
“Bruno vendeu a alma para ganhar a eleição”
Em um dos trechos mais fortes de sua fala, Bezerra afirmou que Bruno Cunha Lima “vendeu a alma para ganhar a eleição” e agora enfrenta as consequências da falta de planejamento e responsabilidade.
“Clilson, você não pode vender a alma para ganhar uma eleição. Enquanto você faz de tudo para vencer, pode até conseguir. Mas a verdade chega e chegou para Bruno. Ele não consegue governar porque mentiu para a população. Prometeu o que não podia cumprir, e agora vive o reflexo disso”, declarou.
Para o médico, o afastamento do prefeito e o silêncio diante da crise revelam uma fuga das responsabilidades.
CPI e clima de tensão política
A crise já chegou à Câmara Municipal, onde foi protocolada uma CPI para investigar os desmandos e possíveis irregularidades na gestão da saúde pública. O clima político é de tensão crescente — vereadores da base e da oposição pressionam por respostas concretas, enquanto servidores e fornecedores aguardam pagamentos atrasados.
Campina Grande, que historicamente se orgulha de ser referência em gestão pública, agora enfrenta um cenário de descrédito e insatisfação popular, com protestos de profissionais de saúde e relatos diários de pacientes sem atendimento adequado.
Conclusão
O silêncio do prefeito Bruno Cunha Lima em meio à crise apenas aumenta as especulações sobre o futuro político do gestor e o impacto que essa crise pode ter nas alianças para as eleições de 2026.
Enquanto isso, a população de Campina Grande — segundo maior município da Paraíba — sente na pele o peso de uma administração que, segundo seus críticos, perdeu o rumo.
Por: Napoleão Soares







