Patos celebra 122 anos de emancipação política, e é impossível falar da trajetória dessa cidade sertaneja sem mencionar o nome de *Francisca Motta*. Poucos personagens da política paraibana mantêm com sua terra natal uma relação tão simbiótica, tão afetiva e, ao mesmo tempo, tão política quanto a ex-prefeita e atual deputada estadual.
Chica Motta, como é carinhosamente chamada pelos patoenses, é mais do que uma figura pública — é um elo vivo entre o passado e o presente da cidade. Ao lado do saudoso *Edvaldo Motta*, construiu uma das histórias políticas mais sólidas e respeitadas do Sertão. Foram décadas de serviço público, enfrentando tempos de escassez, de avanços e de mudanças, sempre com o mesmo olhar sereno e determinado de quem conhece profundamente o povo que representa.
Há quem diga que Francisca Motta é a própria personificação da cidade: acolhedora, firme nas convicções, de fé inabalável e com um senso de pertencimento que transcende o tempo. Sua relação com Patos não é apenas de origem ou de mandato, mas de destino. É o tipo de vínculo que se constrói com gestos cotidianos, com a presença constante e com o compromisso de quem nunca se afastou das raízes — mesmo ocupando cargos de projeção estadual.
Ao longo de sua vida pública, Chica fez de Patos mais do que o ponto de partida: fez dela a razão de continuar. Em cada discurso, em cada projeto, há sempre uma nota de carinho e responsabilidade para com o lugar que a formou. Sua voz ecoa com a experiência de quem viveu os dois lados da política — o da gestão e o da representatividade — e soube equilibrar ambos com sabedoria e humanidade.
Hoje, ao ver Patos consolidar-se como polo regional de saúde, educação e desenvolvimento, Francisca Motta pode olhar para trás com a tranquilidade de quem contribuiu para cada etapa dessa caminhada. Mas o que chama atenção é que, mesmo com o peso dos anos e a longa trajetória percorrida, ela segue ativa, presente, e sobretudo inspirada.
Em tempos em que a política se distancia das pessoas, Chica Motta representa o oposto: a política como extensão do afeto, do serviço e da memória coletiva. Sua história é a lembrança viva de que lideranças podem — e devem — nascer do amor genuíno pela terra que se escolheu para viver.
Patos chega aos 122 anos carregando muitas histórias, mas poucas tão entrelaçadas à sua identidade quanto a de Francisca Motta. Porque, no fim das contas, falar de Chica é falar de Patos — e falar de Patos é, inevitavelmente, lembrar dela.
Por: Napoleão Soares







