Um panorama da expectativa de safra 25/26 do Centro/Sul feita por representantes da ÚNICA, que aponta uma queda de safra não muito forte, ficando entre de 2% a 3%, e no Nordeste que deve ficar em 5%; a repercussão do tarifaço americano e seu impacto no mercado de açúcar e o crescimento do mercado de etanol de milho. Esses foram os temas abordados durante a terceira reunião deste ano da Câmara Setorial do Açúcar e do Álcool do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil (MAPA), realizada na quarta-feira (13), em Brasília. O presidente da Câmara, Pedro Campos Neto, que também preside a União Nordestina dos Produtores de Cana (UNIDA), conduziu os trabalhos.
Sobre o impacto da taxação anunciada pelo presidente americano Donald Trump aos produtos brasileiros, incluindo o açúcar, Pedro Campos Neto disse que o prejuízo para o açúcar que não está na Cota Americana e tem valor fixo não será muito impactante. “Dependendo do valor da tonelada, o açúcar que não está na cota, chega até a 100% de taxação”, lembrou ele.
Em relação ao mercado de etanol de milho, cujos números são surpreendentes e cada vez mais crescentes, Pedro descartou uma suposta concorrência com os produtores de etanol de cana. “Quem produz etanol de cana não olha o produtor de etanol de milho como adversário, mas como parceiro, onde ambos têm que procurar novos mercados, pleitear aumento da mistura do etanol na gasolina de 30% para 35%, explorar o mercado do combustível marítimo, enfim buscar novos mercados e trabalhar juntos para o crescimento da produção de etanol no Brasil”, reforçou ele.
No que diz respeito à safra de cana-de-açúcar no Nordeste, segundo o presidente, a perspectiva é de que Pernambuco mantenha a mesma safra que a anterior, Alagoas deve cair em função de um período longo de estiagem, e Paraíba e Rio Grande do Norte também devem cair um pouco. “Mesmo com a volta das chuvas, mas o período longo sem precipitações regulares comprometeu um pouco a produção da safra na Paraíba e Rio Grande do Norte, localidades onde a qualidade do solo não é a mesma de Pernambuco e Alagoas, e isso vai refletir numa redução de safra de cerca de 5% na região”, disse ele, reiterando que a reunião foi muito produtiva, com temáticas relevantes sobre o setor sucroenergético nacional.
Assessoria