O que o Relatório de Política Monetária do Banco Central diz, em suma, é que o país terá no curto prazo um período de inflação acima da meta, apesar de algum alívio nos núcleos, mas vai cair no horizonte no qual eles trabalham, que é 18 meses. O BC também repete que há um princípio “incipiente” de desaceleração e inclusive reduz a previsão de crescimento da economia de 2,1% para 1,9%.
Mas o PIB virá forte no primeiro trimestre e existe um box explicando isso. O crescimento é principalmente devido à produção agropecuária. Mesmo crescendo mais forte nesse primeiro trimestre, não muda o fato de que a economia está em desaceleração.
No mercado financeiro, houve quem avaliasse o relatório como “duro” com revisões para cima das projeções de inflação. Isso fortalece, segundo um dos bancos que ouvi, a ideia de duas altas da Selic de meio ponto percentual cada, o que levaria a taxa de juros para 15,25%, um nível altíssimo.
O BC havia colocado em comunicados anteriores que as tarifas de importação impostas por Donald Trump produziriam uma queda do crescimento americano, o que teria efeito contracionista. Isso foi criticado por alguns analistas. Mas agora já é o cenário mais provável, foi o risco que mais se materializou no cenário internacional.
O Globo