O que leva um jovem como Bruno Cunha Lima (União Brasil), que teve um desempenho considerado positivo como deputado estadual, a protagonizar uma gestão desastrosa em Campina Grande? A cidade, segunda maior da Paraíba, vive um caos administrativo que afeta diretamente a população e pode comprometer o futuro da oposição ao governo do Estado.
Servidores da saúde com salários atrasados, hospitais sem estrutura para atender a demanda, investigações por negligência médica e uma dívida milionária com unidades hospitalares. O retrato da gestão de Bruno é um verdadeiro cenário de UTI em todos os segmentos. O caso mais recente, a denúncia de Dalton Gadelha sobre uma dívida de R$ 33 milhões da prefeitura com o Hospital Help, expôs a fragilidade do governo municipal. Dalton, um dos nomes mais influentes do setor de saúde e irmão do secretário de Agricultura de Campina, Renato Gadelha, revelou sua frustração com a gestão de Bruno: “a prefeitura não paga, não nos recebe e não está nem aí”.
Não é comum ver aliados políticos dando sermões publicamente em um prefeito do mesmo grupo. Mas o descontentamento entre aqueles que antes o apoiavam cresce, evidenciando o desgaste de um governo que não consegue honrar compromissos básicos. Se até aliados perdem a paciência, o que resta para a população, que sofre diariamente com a precarização dos serviços públicos?
O impacto da crise na gestão Bruno Cunha Lima vai muito além das fronteiras de Campina Grande. A cidade é um dos principais redutos eleitorais da Paraíba e tem peso decisivo na composição de forças políticas para 2026. O caos administrativo pode respingar na oposição ao governo estadual, que precisará lidar com os efeitos negativos de uma prefeitura desacreditada e com serviços públicos em frangalhos.
Bruno, que um dia foi apontado como uma promessa política, agora enfrenta o desafio de evitar que sua administração entre para a história como um fracasso retumbante. Mas, diante da avalanche de problemas, fica a pergunta: há tempo para reverter esse quadro ou a oposição ao governo já deve preparar um plano B?
Por: Napoleão Soares