De acordo com dados da Resenha Econômica Regional do Banco do Brasil, os estados brasileiros com maior índice de crescimento do PIB (produto interno bruto) em 2025 são Mato Grosso do Sul (4,2%), Rio Grande do Sul (4%) e Mato Grosso (3,7%), seguidos pelos estados do chamado MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), com exceção deste último que ficou com precisão de baixo crescimento.
De forma geral, segundo o índice do BB, todos os 27 estados brasileiros se encaminham para um índice de crescimento positivo, com apenas sete destacando-se abaixo da média nacional de crescimento esperado (de 2%).
O destaque dado à região Centro-Oeste, que concentra dois dos estados entre os três que mais devem crescer em 2025, se deve à agricultura e à agropecuária. A primeira tem uma estimativa de produção de safra recorde (com até 322,25 milhões de toneladas), de acordo com dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) reproduzidos pelo jornal O Globo.
Apesar de ter sofrido os efeitos mais intensos do El Niño, que alterou os padrões de chuva e seca na região em 2024, uma recuperação das safras é esperada para 2025, quando está em curso o La Niña, que eleva as chances de precipitação (embora as chuvas ainda devam ficar abaixo da média comum).
A recuperação esperada para o Centro-Oeste em 2025 é de até 6%, compensando o recuo avistado de 6,1% em 2024, de acordo com o relatório da Tendências Consultoria.
O relatório regional do Banco do Brasil também espera um aumento nas trocas comerciais entre Brasil e China, dada a “escalada na guerra comercial” com os EUA, que “pode aumentar a demanda por produtos brasileiros, especialmente primários”, afirma o documento.
Além disso, o relatório destaca a conclusão do acordo entre Mercosul e União Europeia, que deve ser positivo para as exportações. “De acordo com projeções divulgadas pelo MDIC, as exportações para a União Europeia podem crescer 6,7% na agricultura, 14,8% nos serviços e 26,6% na indústria de transformação”, afirma.
Já no Norte do país, ainda segundo o relatório da Tendências Consultorias, que diverge um pouco dos dados do Banco do Brasil, o Pará está no terceiro lugar de crescimento esperado para 2025, com uma taxa prevista de 3,5% no ano.
O estado tem se consolidado na exploração da Bioeconomia amazônica, com cadeias produtivas focadas em “serviços ecossistêmicos, no crédito de carbono” e “no crescimento das suas vocações naturais” (com destaque para o agronegócio e a mineração), de acordo com o presidente da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), Marcel Botelho.
A Fapespa projeta o crescimento do Pará em 3,3% para 2025.
O crescimento do PIB nacional deve se concentrar sobretudo na agropecuária (que corresponde a 5,3%¨do crescimento estimado), e o setor de serviços, do qual a maior representante é a região Sudeste, tem parcela esperada de 1,7% no crescimento.
A média de crescimento dos estados do Sudeste ficou em torno de 1,8%, um pouco abaixo da projeção nacional, de acordo com os dados do relatório do Banco do Brasil. No acumulado da região, o setor de serviços deve crescer 1,5%, uma taxa mais baixa devido ao menor desempenho avistado no estado de São Paulo, aponta o relatório.
O estado que mais vai crescer na região, um pouco acima da média nacional, é Minas Gerais (2,2%), impulsionado pelos resultados do agronegócio.
O Nordeste, por sua vez, tem na liderança o Piauí, com crescimento esperado de 3,1%, apesar da redução no crescimento do PIB agropecuário (de -3,4%). A maior parcela de crescimento do estado deve ficar na indústria (5,6%), acelerada sobretudo pelas iniciativas do Novo Programa de Aceleração do Crescimento, do governo federal (Novo PAC).
Revista Fórum