Após um período de queda na aprovação, recentes pesquisas apontam para uma recuperação significativa da popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A habilidade estratégica de Lula em retomar o controle das narrativas e das pautas políticas, como demonstrado em suas críticas ao Banco Central, tem sido um fator crucial nessa reversão de tendência.
De acordo com a pesquisa Ipec divulgada em 11 de julho de 2024, 51% dos entrevistados ainda não confiam no presidente, mas a confiança em Lula subiu um ponto percentual, atingindo 46%. Essa estabilidade e leve recuperação são indicativos de uma mudança de percepção gradual entre a população. Em paralelo, a pesquisa Genial/Quaest mostrou que a aprovação do governo Lula atingiu 54%, o maior patamar do ano, interrompendo uma sequência de quedas e mostrando um aumento na aprovação, especialmente entre mulheres, pessoas com renda de até dois salários mínimos e na região Sudeste.
Um dos movimentos mais notáveis de Lula foi o uso estratégico da imprensa para criticar a política do Banco Central, particularmente em relação às taxas de juros. As críticas de Lula ecoaram amplamente na população, com 66% dos brasileiros concordando com suas afirmações sobre a necessidade de reduzir os juros para impulsionar a economia. Este alinhamento de Lula com os anseios populares mostra sua habilidade em conectar-se com a população e moldar a opinião pública.
A resposta positiva a estas críticas reflete uma compreensão compartilhada de que os altos juros são prejudiciais ao crescimento econômico e à qualidade de vida dos brasileiros. Ao focar suas críticas em uma instituição que muitos brasileiros consideram responsável por dificuldades econômicas, Lula conseguiu deslocar parte da responsabilidade pelos desafios econômicos para fora do governo, aliviando a pressão sobre sua administração.
A estratégia de Lula, focada em criticar o Banco Central e em destacar os benefícios sociais de seus programas, tem começado a render frutos. Ao reposicionar-se como defensor dos interesses populares contra as políticas impopulares do Banco Central, ele consegue não só recuperar parte da confiança perdida, mas também reforçar sua imagem como um líder atento às necessidades do povo.
Por: Napoleão Soares