Na Inglaterra, negros e asiáticos têm de esperar mais por um diagnóstico em seis de sete tipos de câncer do que os brancos. Só por não serem brancos.
Ninguém precisa te contar que racismo existe no mundo todo. Mas uma revisão global envolvendo uma série de estudos, publicada pela Lancet, vai além: apontou que formuladores de políticas públicas e os próprios profissionais da medicina têm negligenciado “influências fundamentais” do racismo e da xenofobia na qualidade e na velocidade do tratamento aos indivíduos no planeta.
“Até que o racismo e a xenofobia sejam universalmente reconhecidos como importantes determinantes da saúde, as causas profundas da discriminação permanecerão nas sombras e continuarão a causar e exacerbar as desigualdades na saúde”, afirmou Delan Devakumar, da University College London, principal autor da revisão.
Pior: ao longo da história, a medicina ajudou a moldar a categorização dos humanos que levou às hierarquias sociais modernas.
Na série do Lancet, os autores também descrevem como a medicina historicamente moldou e apoiou a categorização dos humanos que levou às hierarquias sociais modernas. Minorias são prejudicadas em uma ampla gama de condições de saúde – de câncer a doenças cardiovasculares e Covid-19. Sim, etnia e cor da pele são fatores de risco para a saúde de um indivíduo.
“O racismo é um problema de saúde”, disse Richard Horton, editor-chefe do Lancet. “Nossas sociedades estruturalmente racistas são inseguras para muitas comunidades, famílias e indivíduos.”
Triste, mas verdade.
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