O União Brasil, um dos maiores partidos do País, tem apenas uma condição para integrar a base do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Congresso: o petista, dizem integrantes da legenda, teria que apoiar um candidato da sigla na corrida pelo comando da Câmara.
Nos bastidores, a articulação tem sido feita pelo secretário-geral do União, ACM Neto, e pelo líder do partido na Câmara, o deputado federal Elmar Nascimento, ambos da Bahia. A avaliação, segundo apurou CartaCapital, é de que a estatura da legenda seria suficiente para lançar seu próprio candidato. Um dos cotados é o deputado pernambucano Luciano Bivar.
O entendimento, no entanto, não é unanimidade na sigla. Uma ala, liderada pelo vice-presidente do União, o advogado Antônio de Rueda, diverge da ideia e considera mais benéfico apoiar a recondução de Arthur Lira (PP-AL). Rueda é aliado do atual presidente da Câmara e se movimenta para viabilizar uma federação com o PP.
Em outubro, diante da expectativa de vitória de Lula, Rueda e Lira começaram a tratar sobre a possibilidade de uma fusão entre as legendas, como noticiou o Blog da Andréia Sadi. As negociações não prosperaram. A interlocutores do União, Lira tem dito que, com o apoio à sua recondução, a legenda poderia ganhar “prioridade” e “influência” no governo federal.
O União Brasil deve se reunir ainda nesta semana e decidir qual rumo tomar. A expectativa é que a cúpula do partido libere seus parlamentares por temer uma debandada durante a janela partidária, como aconteceu com o antigo PSL.
A partir de 2023, o partido terá, a princípio, 59 deputados e dez senadores. Nomes mais à direita, como o ex-juiz Sérgio Moro (PR) e o deputado federal eleito Rodrigo Valadares (SE) devem ser um empecilho à possibilidade de a sigla apoiar o governo de Lula.
Carta Capital